Questões de Pedagogia da Prefeitura Municipal de Arujá

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Segundo Hoffmann (2010), muitas escolas vêm adotando a elaboração de pareceres descritivos em termos de registros de avaliação. Muitos professores passaram a fazer relatos por escrito sobre o desempenho dos alunos, principalmente na Educação Infantil e nos anos iniciais. Mas, segundo a autora, a escrita de pareceres descritivos não vem sendo uma tarefa fácil para os professores porque

  • A muitos deles não sabem escrever corretamente; têm dificuldade com gramática, ortografia, pontuação e coerência do texto em virtude da má formação inicial dos docentes. E o professor, que ensina, não pode cometer erros.
  • B os pareceres descritivos devem conter, exclusivamente, aspectos atitudinais e comportamentais dos educandos, e, em virtude do grande número de alunos por sala, os professores não conseguem observar as crianças mais calmas, quietas ou as que não apresentam dificuldade de aprendizado nem fazer registro sobre elas.
  • C a maioria dos pais de alunos não consegue ler ou escrever corretamente ou não compreende a linguagem que os professores utilizam nos relatórios ou pareceres, e não cabe aos professores se adequarem aos leitores (pais), mas sim o contrário.
  • D ainda que os professores tenham escrito, nos pareceres, sobre os problemas ou o mau comportamento que os alunos apresentam, os pais não intervêm nesse tipo de conduta da criança ou não ajudam os seus filhos com as tarefas da escola.
  • E desafia os docentes a prestarem atenção em todos os alunos e a refletirem profundamente sobre a ação educativa. Na elaboração e no relato dos pareceres, revelam-se posturas pedagógicas, saberes didáticos e referenciais teóricos que embasam a ação pedagógica.

De acordo com Oliveira (2015), na Educação Infantil, para que as diferentes propostas pedagógicas e atividades selecionadas sejam realizadas, é preciso pensar na organização de ambientes que apoiem as ricas experiências de convivência e aprendizagem das crianças. Por exemplo, para incentivar a exploração de objetos pelos bebês e crianças pequenas, o ambiente deverá viabilizar completamente a ação exploratória das crianças, que vão empilhar, encaixar, encher, esvaziar, jogar ou amassar diferentes objetos. De acordo com Oliveira, para uma atividade assim, entre outros elementos, o educador deverá prever

  • A que os bebês e as crianças levam os objetos à boca, por isso, todos os objetos disponibilizados devem ser exclusivamente brinquedos de encaixe, grandes e coloridos, devendo também ser industrializados e conter selo de certificação de qualidade.
  • B o ruído e a agitação que esse tipo de proposta gera, além do risco de acidentes quando, por exemplo, um objeto é lançado por algum bebê ou criança. Assim, o educador deve planejar essa atividade, mas só pode colocá-la em prática quando houver poucas crianças na sua turma.
  • C que todas as crianças devem permanecer envolvidas nessa atividade, com os mesmos materiais e pelo mesmo período de tempo. Desse modo, o educador deverá planejar o tempo de duração da atividade e, após definido, não poderá ampliá-lo ou reduzi-lo.
  • D a preparação do espaço físico, o número de crianças e o tempo em que estarão envolvidas na atividade, planejando também alguma atividade diferente para as crianças que rapidamente finalizarem ou interromperem a exploração.
  • E que as crianças pequenas são egoístas, querem tudo para si e não gostam de dividir os brinquedos ou objetos; assim, e para evitar brigas, o professor deve separar igualmente a quantidade de objetos e entregá-los a cada criança, que deve brincar sozinha.

Barbosa & Horn (Projetos Pedagógicos na educação infantil, 2008) apresentam o registro de uma professora que afirma: “estamos vivenciando na turma nosso primeiro projeto pedagógico: ‘A música na vida dos bebês’. Através de um repertório diversificado, exploramos o desenvolvimento da sensibilidade e da inteligência musical, favorecendo a construção da linguagem expressiva e simbólica. Nossas tardes têm sido embaladas por diferentes estilos musicais: valsas, bolero, tango, música clássica, bossa nossa...”


A respeito dos projetos na creche, de acordo com essas autoras, é correto afirmar que

  • A no berçário, não é apropriado o trabalho com projetos, pois os bebês precisam ter liberdade e não devem estar submetidos a um trabalho didático sistematizado ou organizado. A preocupação do educador deve estar atrelada aos cuidados com a saúde e a higiene dos bebês e não com o aprendizado ou com a escolarização precoce.
  • B os projetos com bebês têm seus temas derivados basicamente da observação sistemática, da leitura que o educador realiza do grupo e de cada criança. Ele deve prestar atenção ao modo como as crianças agem e dar significado a essas manifestações. É, a partir dessas observações, que vai encontrar os temas, os problemas, a questão referente aos projetos.
  • C os projetos se configuram por apresentar uma organização didática e estrutura fixa que deve prever um produto final, objetivos gerais, título, tema definido pelo professor e sequência didática pré-definida. Devem englobar conteúdos de todas as áreas do conhecimento e sua duração deve ser, necessariamente, bimestral, semestral ou anual.
  • D o professor deve eleger os temas dos projetos antes do início do ano letivo, sem conhecer os bebês e as crianças, para que o trabalho já esteja organizado e previsto ao recebê-los. Deve selecionar temas como meios de transporte ou animais. Todas as atividades devem ser previamente definidas, organizadas e rigorosamente seguidas.
  • E os projetos com roteiros pré-elaborados e sequência de atividades disponíveis na Internet são excelentes opções para os professores de bebês e crianças pequenas, pois já trazem as explicações, as atividades e a duração que deve ter cada projeto, para todas as turmas. Cabe ao educador somente selecionar o projeto na Internet, imprimir o texto e as atividades e depois aplicá-las ao seu grupo.

De acordo com Paro (2000), uma postura positiva com relação ao aprender e ao estudar não acontece de uma hora para outra nem de uma vez por todas: é um valor cultural que precisa ser permanentemente cultivado. Começa a formar-se desde os primeiros anos de vida, precisa de ambiente favorável para desenvolver-se e carece de estímulos permanentes durante a infância e a adolescência. Como a escola só tem acesso direto ao educando durante poucas horas em que este frequenta suas atividades, ela precisa começar a voltar sua atenção para os períodos em que ele está fora do seu abrigo. Assim, conforme afirma Paro, uma escola que toma como objeto de preocupação levar o aluno a querer aprender precisa

  • A compreender que os educandos vivem diferentes realidades fora da escola e não cabe a esta se preocupar demasiadamente ou intervir nessas realidades, pois há muito a se fazer na sociedade que não depende exclusivamente da escola.
  • B ter presente a continuidade entre a educação familiar e a escolar, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas e duradouras com relação ao aprender e ao estudar.
  • C admitir que, devido aos métodos avançados de ensino utilizados nas escolas públicas na atualidade, em virtude da total assimilação do progresso da psicologia da educação e da didática, hoje família e escola pública utilizam métodos de ensino que são muito diferentes e conflituosos.
  • D entrevistar os pais e realizar a seleção de alunos, inclusive na escola pública. Toda escola deveria ter o direito de escolher entre os alunos aqueles que já têm os pré-requisitos culturais adequados para o ensino. Isso permitiria elevar o nível do ensino nas escolas.
  • E admitir que a maioria dos pais acredita que a escola é só o local onde deixa os filhos enquanto trabalha. Cabe à equipe escolar, somente, solicitar às famílias que exijam dos seus filhos a disciplina e uma postura responsável com relação ao aprender e ao estudar.

Para Mèredieu (2006), a evolução da criança começa com o que denomina desenho informal; nesse estágio, no plano plástico, a expressão infantil começa pelo borrão ou aglomerado e, no plano gráfico, pelo rabisco. Bernson distingue três estágios do rabisco, e um desses estágio é o vegetativo motor. Segundo Mèredieu, a respeito do estágio vegetativo motor, é correto afirmar que

  • A é quando aparece o tipo de traçado próprio da criança, mais ou menos arredondado, convexo ou alongado. O lápis não sai da folha, e esses “turbilhões elípticos que partem do centro” correspondem a uma “simples excitação motora”.
  • B o olho orienta o traçado, e surge, nesse momento, a aptidão para emoldurar as figuras e enquadrar o desenho. A criança aprende a combinar figuras: círculos tangentes exteriormente, figuras circulares englobando outras figuras, aparecem os ângulos.
  • C a imitação do adulto torna-se mais manifesta e se traduz por uma vontade de “escrever” e de comunicar-se com outrem. A criança elabora uma escrita fictícia, traçada em forma de dentes de serra, que procura reproduzir a escrita do adulto.
  • D composto de esboços, delineamentos de formas, esse estágio se caracteriza essencialmente pelo aparecimento de formas isoladas, tornadas possíveis pelo levantamento do lápis. A criança passa do traço contínuo ao traço descontínuo. O ritmo se torna mais lento.
  • E há uma tentativa para reproduzir o objeto, e a criança realiza comentário verbal do seu desenho. São produzidos traços com movimentos descontínuos, e coincidem com a aquisição do controle duplo (controle do ponto de partida e do ponto de chegada).