Questões de Serviço Social e Saúde do Trabalhador (Serviço Social)

Limpar Busca
Considerando a atuação do assistente social em campanhas de prevenção e a abordagem de redução de danos, analise as assertivas a seguir:
I. A atuação do assistente social deve priorizar o policiamento do comportamento das práticas de consumo de substâncias, visto que, a erradicação do problema do abuso de álcool e outras drogas é necessária.
II. O assistente social deve concentrar-se em intervenções que promovam a conscientização sobre os malefícios do uso de substâncias, promovendo o cerceamento da liberdade e o policiamento dos comportamentos.
III. A atuação do assistente social no contexto da redução de danos deve compreender as condições sociais e econômicas dos usuários, buscando intervenções que respeitem sua autonomia sem recorrer a práticas punitivas.
IV. A atuação do assistente social nas campanhas de prevenção ao uso de substâncias deve se concentrar em ações individuais de confronto dispensando a colaboração interinstitucional respeitando os direitos humanos e a autonomia do sujeito.
V. A prática de minimização de riscos é compatível com a proposta do assistente social de garantir a efetivação dos direitos sociais, promovendo a justiça social sem recorrer à estigmatização ou à discriminação dos usuários, alinhando-se ao princípio ético de respeito à liberdade e autonomia dos indivíduos.
Está CORRETO o que se afirma em:
  • A I e II.
  • B III e V.
  • C II e IV.
  • D II, III e IV.
Leia a situação hipotética abaixo.
Paulo é assistente social em uma unidade pública de saúde localizada em uma região periférica de uma grande cidade. A unidade atende a famílias em situação de vulnerabilidade social, com foco em questões como dependência química, violência doméstica, desemprego, e precariedade habitacional. Recentemente, ele foi solicitado a desenvolver uma intervenção junto a um grupo de famílias com membros que enfrentam problemas relacionados à dependência química.
De acordo com a Lei nº 8.662/1993, a abordagem CORRETA para a intervenção de Paulo nesse contexto, é:
  • A realizar intervenções centralizadas no encaminhamento dos usuários para serviços especializados, sem necessidade de envolvimento direto na avaliação de suas condições psicossociais, uma vez que essa tarefa cabe a outros profissionais da saúde.
  • B adotar o princípio da neutralidade, o profissional não deve tomar partido nas questões que envolvem valores pessoais ou sociais dos usuários, buscando apenas resultados técnicos.
  • C identificar as necessidades e condições socioeconômicas dos usuários, por meio de um diagnóstico social que permita compreender as relações familiares e sociais, antes de qualquer intervenção direta.
  • D agir de maneira interligada a outros profissionais da saúde, elaborando planos de atendimento que integrem aspectos sociais, psicológicos e médicos, sendo está uma intervenção multifacetada e multidisciplinar.

As ações de Saúde direcionadas ao trabalhador nas diversas instâncias da rede SUS consideram o fenômeno saúde-doença, na sua relação com o trabalho, em seus aspectos individuais e coletivos, biológicos e sociopolíticos. A Promoção da Saúde, como um dos eixos das ações de Saúde, reconhece o trabalho como promotor de saúde e não apenas produtor de sofrimento, adoecimento e morte. Mais do que mudanças de comportamentos favoráveis à saúde, as ações de promoção da saúde devem buscar o empoderamento e o fortalecimento da autonomia dos trabalhadores na luta por condições dignas de trabalho.

A articulação de políticas e práticas intersetoriais deve ser estimulada, especialmente aquelas com potencial para promover

  • A palestras e rodas de conversas que visem a redução de danos à saúde dos(as) trabalhadores(as) nas empresas, com a participação exclusiva do(a)s trabalhadores(as).
  • B ações sociais com o objetivo de promover fundamentalmente, mudanças de hábitos e comportamentos que assegurem benefícios aos trabalhadores(as).
  • C eventos e seminários que esclareçam a população em geral acerca de agravos em saúde de alguns setores produtivos em especial.
  • D o controle e a intervenção sobre os determinantes de saúde, e a participação em processos regulatórios, e na produção conjunta de normas protetivas, entre outras.
  • E o fortalecimento da autonomia dos(as) trabalhadores(as) que resultem em condições dignas de trabalho, por meio de consenso entre capital e trabalho.

A compreensão das diferentes dimensões que envolvem os processos de saúde-doença e trabalho potencializa e amplia o espaço profissional no enfretamento de suas determinações. Para tanto o trabalho do assistente social se materializa na capacidade de trabalhar em equipes com formação interdisciplinar, buscando a intersetorialidade e a interface da saúde do trabalhador com as demais políticas sociais.

Esse trabalho exige uma abordagem interinstitucional de reconhecimento das diferentes instituições e programas que estão relacionados a esse campo, em particular aqueles vinculados à Seguridade Social, contribuindo assim para

  • A a integralidade das ações e de universalidade no acesso aos serviços em todos os níveis de proteção social.
  • B a parcialidade das práticas interdisciplinares e intersetoriais que ensejam a proteção social.
  • C o conhecimento das políticas sociais e dos princípios que as norteiam, voltadas, em especial para o trabalhador não contribuinte.
  • D uma análise socioinstitucional e de articulação no tocante a rede de serviços; para os trabalhadores vinculados ou não à Previdência Social.
  • E dar visibilidade à saúde do trabalhador no processo de saúde-doença e trabalho, em particular dos impactos sobre o trabalhador em situação de desemprego.

No Brasil, a Seguridade Social contemplada constitucionalmente institui três grandes políticas sociais como constitutivas da proteção social: Saúde, Previdência Social e a Assistência Social. Isto representa avanços importantes; entretanto, este modelo, enseja contradições históricas que não foram superadas, cujos reflexos incidem e se visibilizam na análise que se faz sobre o trabalho e a saúde do trabalhador. Factualmente o que se constata é que as refrações das expressões do trabalho presentes na saúde do trabalhador são respondidas pelo Estado de forma insuficiente.

A Previdência Social, que é um núcleo central e histórico do sistema brasileiro de proteção social, não supera a clivagem entre

  • A contribuintes e usuários, destacando que a ausência de contribuição previdenciária não reverbera sobre os direitos previdenciários.
  • B instituintes e instituídos, a partir da inscrição de ambos no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS.
  • C assistidos e contribuintes, desde que ambos estejam vinculados ao CadÚnico ao solicitar o benefício.
  • D capazes e incapazes para o trabalho, reforçando que é o trabalho que define quem tem ou não direitos.
  • E contribuintes e usuários, não havendo pré-condição para o gozo dos benefícios previstos legalmente.