Questões de Arrependimento posterior (Direito Penal)

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Caio, motivado por ciúmes, efetua dois disparos de arma de fogo em detrimento de João, seu desafeto, atingindo-o no braço direito e na perna esquerda. Ato contínuo, ao apontar o aparato bélico para o rosto da vítima, Caio se lembra dos ensinamentos de sua genitora e acaba por fugir do local, sem realizar o último disparo que havia planejado. Em seguida, o ofendido é socorrido, sobrevivendo aos eventos. Durante as investigações deflagradas para apurar o crime perpetrado, verifica-se, à luz do laudo pericial produzido, que, em razão da empreitada delituosa, houve perigo à vida de João. 



Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal e os entendimentos doutrinário e jurisprudencial dominantes, Caio responderá pelo crime de: 

  • A lesão corporal de natureza gravíssima, em razão do arrependimento posterior;
  • B lesão corporal de natureza grave, em razão da desistência voluntária;
  • C homicídio simples tentado, em razão do arrependimento posterior;
  • D homicídio qualificado tentado, em razão do arrependimento eficaz;
  • E lesão corporal de natureza leve, em razão do arrependimento eficaz.

No que se refere aos crimes contra o patrimônio previstos no CP, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a restituição imediata, voluntária e integral do bem furtado constitui, por si só, motivo suficiente para

  • A conversão do fato em irrelevante penal.
  • B incidência do princípio da insignificância.
  • C aplicação do instituto do arrependimento eficaz.
  • D aplicação do instituto do arrependimento posterior.
  • E desclassificação do crime para mera contravenção penal.

Acerca do arrependimento posterior, das descriminantes putativas, da coação irresistível e da obediência hierárquica, bem como do erro sobre os elementos do tipo e sobre a pessoa, assinale a opção correta.

  • A Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, é possível a aplicação do instituto do arrependimento posterior caso o dano seja reparado integralmente, por ato voluntário do agente, até a prolação da sentença.
  • B O agente que agir sob coação irresistível, seja moral ou física, praticará uma conduta típica e antijurídica, mas não culpável, ficando isento de pena o referido agente.
  • C O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa.
  • D Ocorre aberratio ictus quando o acidente ou erro no emprego dos meios executórios faz com que se atinja um bem jurídico diferente do pretendido. 
  • E As descriminantes putativas configuram, à luz da teoria extremada da culpabilidade, erro de proibição.
No que tange aos institutos da tentativa e consumação, da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior, é correto afirmar: que o agente...
  • A que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, só responde pelos atos até então praticados.
  • B que, por ato voluntário, repara o dano causado, em crime praticado com violência à pessoa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, terá a pena reduzida de 1/3 a 2/3.
  • C responde pela tentativa, nos crimes culposos, ao não observar o dever de cuidado a que estava obrigado.
  • D que, após iniciar os atos de execução, voluntariamente, impede que o resultado se produza, responderá pelo resultado pretendido inicialmente.
  • E não responde pela tentativa, quando, por ineficácia relativa do meio, é impossível consumar-se o crime.

A parte geral do Código Penal estabelece:

  • A O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução do crime ou impede que o resultado se produza só responde pelos atos já praticados.
  • B Entende-se em legítima defesa quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
  • C O ajuste, a determinação ou a instigação e o auxílio sempre serão puníveis, ainda que o crime sequer tenha sido tentado.
  • D Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até a conclusão do inquérito penal, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um terço até a metade.
  • E Não há crime quando o agente pratica o fato em estado de embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.