Questões de Tipicidade (Direito Penal)

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Considerando o momento consumativo do crime de furto e a aplicação do princípio da insignificância, avalie as situações fáticas a seguir.

I. Em uma loja de departamento, Edna esconde roupas íntimas em sua bolsa e sai do local sem efetuar o pagamento. O segurança, alertado por um cliente, aborda Edna na frente do estabelecimento e todos os bens, avaliados em R$ 850,00, são restituídos. O Ministério Público denuncia Edna pelo crime de furto e, no curso do processo, verifica-se que ela responde a outros dois processos criminais, um por furto e outro por receptação.
II. Em um supermercado, Josué esconde peças de picanha na parte inferior do carrinho. Passa pela caixa, efetua o pagamento dos demais produtos e, em seguida, vai embora. Cientificada do fato, a gerência do estabelecimento alerta a Polícia Militar que realiza diligências e consegue localizar Josué, na porta de casa, descarregando os produtos. As peças de picanha são restituídas e avaliadas em R$ 520,00. Josué possui uma condenação definitiva pelo crime de estelionato e é reincidente.

Em relação às situações fáticas apresentadas, à luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.

  • A Em ambas as situações, o crime de furto restou tentado, porque Edna e Josué não detiveram a posse mansa, pacífica e desvigiada dos bens subtraídos.
  • B Em ambas as situações, o valor dos bens subtraídos, abaixo do salário-mínimo, justifica, por si só, a aplicação do princípio da insignificância.
  • C O crime praticado por Edna restou consumado.
  • D Somente na situação II, as condições subjetivas do réu podem justificar o afastamento do princípio da insignificância.
  • E Em ambas as situações, a restituição imediata dos bens subtraídos justifica, por si só, a aplicação do princípio da insignificância.

Acerca do fenômeno do erro e suas consequências para a responsabilização penal, avalie as situações fáticas a seguir.

I. Emílio é caçador e, em certa ocasião, no lusco-fusco do entardecer, notou que esquecera seus óculos de grau em casa, mas decidiu dar continuidade à caça. Deparou-se com Ribamar, agricultor que retornava de seu dia de trabalho, e, acreditando tratar-se de um animal selvagem, disparou sua arma e matou Ribamar.
II. Cansado de pedir ao vizinho Júlio que não estacionasse em frente ao portão de sua casa, Cristiano danificou o para-brisa do veículo com um martelo, acreditando que o bem pertencia a Júlio. Contudo, Júlio é funcionário público e o veículo danificado é de propriedade do Estado.
III. Durante uma discussão familiar, Vinícius atirou um cinzeiro na direção de seu irmão Carlos, mas atingiu e feriu Isadora, sua mãe.

Sobre as situações fáticas apresentadas, assinale a afirmativa correta.

  • A Emílio responderá por homicídio doloso com redução de pena de 1/6 a 1/3, face à evitabilidade do erro.
  • B Cristiano será responsabilizado apenas civilmente, haja vista a ausência de previsão de dolo na modalidade de culpa.
  • C Vinícius responderá por lesão corporal praticada contra a mulher, no contexto de violência doméstica e familiar.
  • D Nas três hipóteses, observa-se erro de tipo.
  • E Na hipótese II, se os estilhaços do para-brisa ferissem Júlio, Cristiano responderia pelos crimes de dano e lesão corporal culposa em concurso formal.

No que se refere à omissão penalmente relevante, assinale a opção correta.

  • A Em se tratando dos crimes omissivos próprios, a norma constante do tipo penal é de natureza proibitiva.
  • B A relevância da omissão depende exclusivamente da gravidade do resultado.
  • C Qualquer omissão será considerada penalmente relevante se resultar em dano.
  • D A omissão será penalmente relevante quando o agente, encontrando-se em posição de garantidor, deixar de agir, podendo fazê-lo, desde que tal omissão seja causa adequada do resultado, segundo juízo normativo de imputação.
  • E Somente a omissão dolosa é considerada penalmente relevante.

Assinale a opção correta no que se refere à teoria da imputação objetiva no direito penal.

  • A Consoante os fundamentos dessa teoria, a imputação objetiva é incompatível com crimes culposos.
  • B Nessa teoria, dispensa-se a relação de causalidade para a atribuição de responsabilidade penal.
  • C Na imputação objetiva, exige-se apenas a comprovação de nexo causal para a responsabilização penal do agente.
  • D A referida teoria fundamenta-se na criação ou no incremento de risco juridicamente proibido para a imputação penal.
  • E Segundo essa teoria, é irrelevante o risco permitido na análise do fato típico.

Fábio, tomado pela fúria, com intenção de matar João, contra este efetuou um disparo de arma de fogo, que atingiu João em sua mão esquerda.
Após alguns segundos de reflexão, Fábio se acalmou e, embora houvesse munições disponíveis, deixou de efetuar novos disparos e se retirou, sabendo que João sobreviveria, o que de fato aconteceu.
No caso dos autos, é correto afirmar que Fábio deve se beneficiar do(a)

  • A causa de diminuição da tentativa.
  • B arrependimento eficaz.
  • C causa de diminuição da pena do arrependimento posterior.
  • D crime impossível.
  • E desistência voluntária.