Questões comentadas de Concursos da Câmara Legislativa do Distrito Federal

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O poeta inglês Shelley, segundo o autor do texto, poderia ser o padrão do adolescente de todas as épocas porque nele

  • A o espírito revoltoso de um marginalizado fazia dele uma personalidade arrebatada pelos mais ferozes ressentimentos.
  • B a sensibilidade à flor da pele fazia com que ele se dedicasse plenamente ao culto dos mais altos ideais.
  • C as qualidades negativas deixavam em segundo plano as positivas, o que favorecia sua expressão romântica.
  • D os impulsos amorosos, idealistas e esperançosos conviviam com duras invectivas contra o que julgasse maligno.
  • E as intenções críticas mais contundentes acabavam sucumbindo ao lirismo e à índole mística de seu temperamento.

A afirmação inicial A juventude é estranha encontra em seguida uma justificativa quando o autor argumenta que os jovens,

  • A assim como os mais velhos, dão a vida passada por vivida, recusando-se a crer que ainda haja ideais a serem perseguidos.
  • B ao contrário dos velhos, buscam passar seu próprio tempo a limpo, livrando-o da carga pesada dos erros passados.
  • C incorporando valores de outros tempos, acumulam erros e acertos do passado, como se numa transmissão sobrenatural.
  • D rejeitando as heranças culturais disponíveis, têm a ilusão de que renovam tudo, ainda quando repitam erros do passado.
  • E espelhando-se em si mesmos, acabam reabilitando e nobilitando ideais que se perderam em antigos combates.

A alternativa que apresenta os pontos mais relevantes do trecho acima, de modo claro, conciso e em conformidade com a norma-padrão da língua é:

  • A O pensamento não é sempre detentor das verdades, sejam filosóficas, religiosas ou míticas. Inerentemente “sem pé, nem cabeça”, o mito torna fútil tentativas de entendê-lo. Sobre o pensamento religioso: não é obrigatório ser oposto à razão e à filosofia. Tomás de Aquino, escolástico, diz que a religião não é irracional, mesmo sendo supranatural e suprarracional. E os mistérios aperfeiçoam a razão.
  • B Fenômenos que parecem caóticos, incompreensíveis, não quer dizer que sejam refratários a uma análise lógica ou filosófica. Se fossem, seria futilidade lidar com eles. O mito e o pensamento religioso foram grandes desafios enfrentados pelos sistemas do alto escolasticismo, solucionados, por breve tempo, por Tomás de Aquino, ao defender que as verdades desses fenômenos não são irracionais.
  • C Ser refratário a uma análise fundada na razão não é mérito só do mito, mas também da religião. Ambos se aproximam, por ser fútil tentar desvendá-los. A filosofia, com Tomás de Aquino, tentou resolver o impasse, vendo a verdade religiosa como impenetrável, mas não por ser “irracional”; sendo supranatural e suprarracional, tem mistérios, que, compreendidos, reforçam a razão.
  • D Uma tarefa central da filosofia medieval foi entender a relação da religião com a racionalidade. Segundo o escolástico Tomás de Aquino, a verdade religiosa é supranatural e suprarracional, mas não “irracional”. Seus mistérios são imunes à razão pura, mas eles não a contradizem: a completam e aprimoram. Como a religião, o mito, por sua aparente incoerência, desafia também a razão.
  • E A cultura humana tem como o maior desafio entender o mito e a religião; o primeiro, por sua incoerência, a segunda, por ser, às vezes, avessa ao pensamento racional ou filosófico. Parece inócuo buscar as razões desses fenômenos. Segundo Tomás de Aquino, ser supranatural e suprarracional não é ser “irracional”, o que soluciona a questão, pois os mistérios, ao invés de contrariar a razão, a confirmam.

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

  • A Não parece ao autor do texto, que os mais jovens omitam experiências antigas, de sorte que as carregam nos valores aonde elas se embutem.
  • B Ao buscar entender os jovens – Paulo Mendes Campos, poeta e cronista, acredita que lhes caracteriza sobretudo o peso dos antecedentes.
  • C O cronista encontrou no poeta Shelley, uma espécie de paradigma da juventude, conquanto a representa tanto nos erros como nos acertos.
  • D O autor não postula a convicção de que os jovens sejam tão criativos, a ponto de se deixarem denegar das experiências mais antigas.
  • E O autor do texto – cronista e poeta dos bons – acredita que cada nova geração absorve as experiências das que a antecederam.

Há emprego de voz passiva e adequada correlação entre os tempos e modos verbais na frase:

  • A Reconheçam-se na geração de hoje as experiências das gerações passadas, para que bem se compreenda a importância da transmissão dos valores.
  • B Não fossem as experiências dos mais velhos, cada geração haverá de contar apenas com suas intuições e pressentimentos.
  • C Muitos jovens terão deixado de reconhecer a importância das experiências de outras gerações, mesmo que vierem a desfrutar delas.
  • D Ainda que muitos jovens acreditassem que nada os ligava ás gerações passadas, não terão como deixar de reconhecer o respeito que lhes devem.
  • E caso o comportamento de um jovem pareça monstruoso, pelo que guarda de paradoxal, é preciso considerar a força que o leva às indecisões.