Questões comentadas de Concursos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF)

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Determinadas categorias gramaticais podem produzir diferentes efeitos de sentido nos contextos em que estão inseridas, como é o caso dos verbos. Alguns deles, em tempos simples ou integrando uma locução verbal, podem denotar ideias ou “matizes” denominados aspectos. Examine as alternativas e indique em qual delas o aspecto verbal está INCORRETAMENTE analisado:

  • A No excerto “ter que responder ao mundo quais são suas qualidades” (l. 31-32), a expressão em destaque indica ideia de “obrigação” em relação ao que se é preciso fazer para ser feliz.
  • B “De querer se adequar à sociedade” (l. 28) – O uso do infinito “querer”, no 6º parágrafo, traz para o contexto o valor semântico de “vontade”, sugerindo que essa adequação não é imposta, ao contrário, configura-se num desejo por parte do indivíduo.
  • C Na linha 4, o trecho “Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo” apresenta o verbo auxiliar da locução verbal “costumo torcer” (l. 1-3), no presente do indicativo, com a ideia de “fato habitual, frequente”.
  • D No fragmento “Mas não estando alegre, é possível ser feliz também.” (l. 17-18), com o verbo de ligação no gerúndio, pretende-se demonstrar a situação em curso como um aspecto concluído.
  • E No 6º parágrafo, a forma verbal “sejamos” (l. 27), embora esteja conjugada no modo subjuntivo, no contexto, marca uma sugestão imperativa.

Os recursos expressivos, como as figuras de linguagem, fazem-se relevantes para a compreensão e interpretação de textos literários, levando o emissor a um uso mais eficaz da linguagem, que é um fenômeno social. A partir dos comentários sobre esses recursos, analise as proposições a seguir e marque a que NÃO representa seu uso:

  • A “mestres em nos libertar da patrulha do pensamento” (l. 27-28) – O trecho apresenta uma afirmação metafórica.
  • B “É uma senhora ambição.” (l. 29) – O uso do substantivo “senhora” representa ideia hiperbólica da ambição ao desejar a perfeição sem abrir mão da liberdade.
  • C “as novidades envelhecem” (l. 4) – Personifica-se o substantivo abstrato “novidades” ao atribuir-lhe uma etapa do ciclo da vida.
  • D “gosto de quem tem compromisso com a alegria” (l. 15) – Nesse fragmento, o verbo “gostar” estabelece uma relação de comparação com um substantivo que representa sentimento.
  • E “Estando triste, felicíssimo igual.” (l. 18) – Estabelece-se uma relação antagônica entre os termos “triste” e “felicíssimo”, levando em conta o contexto em que se apresentam.

Texto V


A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e

as redes sociais não estão ajudando


A opinião é do pianista James Rhodes, "Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes.

Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha".

Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor".

A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível".

Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho. [...]

Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável".

"Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".


"Sentimentos desafiadores"


Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado.

"Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção a depressão, ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.

Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes".

Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis".

"Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contraintuitivo e contraproducente".

Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos – quando resolveu contar em livro problemas que enfrentou ao longo da vida.

Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado).


Os sufixos, elementos mórficos, atribuem novos sentidos aos radicais a que são agregados. Considerando o contexto em que se insere e as afirmações que seguem, julgue a opção CORRETA em relação ao termo destacado no trecho:


"E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".

  • A O sufixo “-ada” é formador de substantivo a partir de outro.
  • B O sufixo “-ada” agrega a ideia de ação a partir de um substantivo.
  • C O sufixo “-ada” forma um adjetivo, trazendo ao radical a ideia de “provido de”.
  • D A partir do empréstimo linguístico photoshop, acrescentou-se o sufixo “-ada” para a formação de um termo nomeador.
  • E A formação do termo “photoshopada” se realiza pelo processo de composição por justaposição.

Os textos I, III e IV apresentam o tema da felicidade sob vários pontos de vista. A maior parte dos “conceitos” expostos apoia-se numa relação de conquista de algo, apenas um dos textos apresenta uma visão diferente. Aponte-a:

  • A A reflexão da cronista Martha Medeiros no texto I.
  • B A visão do filósofo Tales de Mileto apresentada no texto III.
  • C O senso comum de felicidade exposto no texto III.
  • D A percepção de felicidade postulada por Sócrates, no texto III.
  • E A materialização da felicidade por meio da posse do livro tão desejado, no texto IV.

Os elementos de coesão são recursos imprescindíveis para que um texto cumpra, de forma efetiva, o seu papel comunicativo. No texto IV, tais elementos foram bastante utilizados. Acerca de alguns deles, fizeram-se algumas considerações.


I. “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados.” Verifica-se, no pronome em destaque, um caso de coesão catafórica, sendo o termo “essa menina” (l. 11) o referente.

II. No excerto “... um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós, menos ainda...” (l. 4-5), a coesão textual por elipse se estabelece pela omissão de um termo.

III. No fragmento “Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.”, é possível identificar uma relação lógico-discursiva concessiva entre as duas orações, separadas por “dois-pontos” (:).

IV. Entre as linhas 61 e 63, tem-se a ocorrência do substantivo “livro” por três vezes. Percebe-se o uso intencional da repetição como recurso coesivo a fim de produzir um efeito de sentido enfático, que demonstra a importância do objeto para a personagem.


Pode-se afirmar que estão CORRETAS

  • A Todas as alternativas.
  • B Apenas as alternativas I e II.
  • C As alternativas I, II e IV.
  • D As alternativas II, III e IV.
  • E Apenas as alternativas II e III.