Questões de A Experiência do Sagrado (Filosofia)

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Um dos esforços filosóficos e teológicos mais célebres da história da filosofia é aquele empreendido por Tomás de Aquino no sentido de provar a existência de Deus. Para isso, utilizou-se de cinco vias. Sobre elas, analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.

( ) Movimento: parte da consideração de que tudo o que se move é movido por outro e que, portanto, para não terminar em um regresso ao infinito que nada explicaria, é preciso admitir algo que move e que não é movido por nada: e este é Deus.
( ) Causa: constata que nenhuma coisa pode ser causa de si mesma e, assim, deduz o fato de que deve existir uma causa primeira e não causada, que produz e não é produzida, que se identifica com o ser que se chama Deus.
( ) Contingência: parte do princípio de que o que pode não ser não existia a um certo tempo; assim, nem tudo é contingente, mas é preciso que haja algo necessário, e é aquilo que costumeiramente se chama Deus.
( ) Graus de perfeição: deduz, da constatação empírica de uma gradação de perfeições, a existência de uma suma perfeição, que é justamente chamada Deus.
( ) Finalismo: parte da constatação de que os corpos físicos operam para um fim e deduz que eles agem de tal modo porque são dirigidos por um ser inteligente, como a flecha do arqueiro. O ordenador supremo é aquele que chamamos Deus.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

  • A F – F – F – F – F.
  • B V – F – V – F – V.
  • C F – V – F – V – F.
  • D V – V – F – F – V.
  • E V – V – V – V – V.

Após uma detalhada consideração da natureza do signo e do processo de comunicação na obra De magistro, santo Agostinho conclui, na linha das concepções tradicionais na Antiguidade que, dada a convencionalidade do signo linguístico – isto é, as palavras variam de língua para língua e são sinais arbitrários das coisas –, este não pode ter qualquer valor cognitivo mais profundo; não é através das palavras que conhecemos; logo não podemos transmitir conhecimento pela linguagem. A possibilidade de conhecer supõe algo de prévio, que torna inteligível a própria linguagem.

(Marcondes, 2010. Adaptado)

Segundo Danilo Marcondes, para santo Agostinho, a possibilidade de conhecer é resgatada

  • A pelo método dialético.
  • B pelo argumento ontológico.
  • C pela teoria da reminiscência.
  • D pela hipótese da abdução.
  • E pela teoria da iluminação.

Embora continuasse a valorizar a fé como instrumento de conhecimento, Tomás de Aquino não desconsidera a importância do “conhecimento natural”. Se a razão não pode conhecer, por exemplo, a essência de Deus, pode, no entanto, demonstrar sua existência ou a criação divina do mundo.

(Aranha e Martins, 2009. Adaptado)

Segundo Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins, para Tomas de Aquino, uma dessas provas revela que

  • A o argumento ontológico permite compreender a infinita perfeição divina.
  • B a indemonstrabilidade da existência de Deus resulta do pecado original.
  • C o movimento do mundo é explicado por Deus enquanto causa incausada.
  • D as leis lógicas possibilitam a compreensão integral da natureza divina.
  • E a existência de Deus e da alma indicam as antinomias da razão pura.

Em uma discussão sobre a relação entre fé e razão, o professor de filosofia propõe aos alunos uma situação hipotética: um filósofo cristão do século IV argumenta que a fé é necessária para se alcançar a verdade divina, mas que a razão, por si só, não pode compreendê-la completamente. Séculos depois, outro filósofo cristão afirma que a razão pode ser uma ferramenta para entender os mistérios da fé e que ambas, fé e razão, não são excludentes, mas complementares. Com base nessa situação hipotética, qual das afirmativas relaciona corretamente esses pensamentos filosóficos com seus respectivos autores?

  • A O primeiro filósofo é São Tomás de Aquino, que defendeu a supremacia da fé sobre a razão.
  • B O segundo filósofo é Santo Agostinho, que considerava a razão como o principal meio para entender a fé.
  • C O segundo filósofo é São Tomás de Aquino, que argumentava que a fé e a razão são complementares e que a razão pode ser usada para esclarecer os ensinamentos da fé.
  • D O primeiro filósofo é Santo Agostinho, que defendia que a fé precede a razão, mas essa pode ajudar a compreender melhor a fé; possuindo a razão um papel ilimitado, vez que é capaz de alcançar a verdade divina por si só.

Para onde foi Deus? [...] Eu já lhes direi! Nós o matamos – vocês e eu. Somos todos seus assassinos! [...] Que fizemos nós, ao desatar a terra do sol? Para onde se move ela agora? Para onde nos movemos nós? Para longe de todos os sóis? Não caímos continuamente? Para trás, para os lados, para a frente, em todas as direções? Existem ainda “em cima” e “embaixo”? Não vagamos como que através de um nada infinito? [...] Deus está morto! Deus continua morto!

NIETZSCHE, F. A Gaia Ciência. SP: Cia. das Letras. 2001. p. 64.


No trecho acima, o filósofo Friedrich Nietzsche está expondo

  • A o diagnóstico de uma crise de referências a valores absolutos na civilização europeia moderna.
  • B o argumento cabal e definitivo que prova a inexistência de Deus.
  • C a crítica da cultura europeia à teologia cristã.
  • D a superioridade inequívoca da ciência sobre a religião.
  • E a crise das monarquias europeias ao longo do século IX.