Resumo de Filosofia - Metafísica

Chamada por Aristóteles de “filosofia primeira”

Metafísica é a área que estuda e tenta explicar as principais questões do pensamento filosófico, como a existência do ser, a causa e o sentido da realidade, e os aspectos ligados a natureza. Serve de base para o conhecimento de todas as ciências, pois busca compreender a origem de tudo, inclusive as concepções sobre Deus e a alma. 

Definição de metafísica

A palavra metafísica vem do grego , que significa “além da física” ou “além da natureza”. Os primeiros estudos sobre essa linha de conhecimento foram iniciados por Aristóteles, contudo, ele não utilizava o termo que conhecemos hoje. Em seus escritos aparecia o que definiu como “filosofia primeira”, ou seja, a essência de toda reflexão filosófica. 
Foi o seu discípulo Andrôni de Rodes, no século I a.C, que organizou todas as obras a respeito desse tema, dando a elas o nome de metafísica. Com isso, Aristóteles passou a ser considerado o pai da vertente. No entanto, vale ressaltar que a procura pelo entendimento da existência do ser e o motivo das coisas serem como são, também já faziam parte dos pontos levantados pelos filósofos pré-socráticos e Platão
A “filosofia primeira” ou metafísica, que serviu de inspiração para o surgimento de diversas teorias, inclui ainda as seguintes vertentes:
Ontologia – a ciência do “ser enquanto ser”, pois engloba todas as questões que trazem significado a realidade e a nossa presença no mundo. 
Teologia – estudo sobre a existência e a relação de Deus com os homens e o mundo. Apoia-se na observação e interpretação dos fenômenos e tradições religiosas para compreensão da natureza divina. 
Gnosiologia – ramo que se debruça sobre o conhecimento humano. O seu objetivo é o entendimento em relação a origem, essência e limites desse ato cognitivo. 

Fases históricas 

Os estudos da metafísica desenvolveram-se em três períodos distintos. O primeiro, que aconteceu entre os séculos III e IV a.C, foi motivado por Aristóteles e Platão. Eles acreditavam que a “filosofia primeira” trazia o pensamento em relação ao ser e tudo que existe de um modo mais amplo. Neste momento, também teve destaque as obras de São Tomás de Aquino, pautadas no realismo aristotélico e idealismo de Platão. 

O segundo momento, por sua vez, compreendido entre os séculos XVIII e XX, foi marcado pelas reformulações e críticas feitas por Immanuel Kant. Em seu livro “Fundamentos da Metafísica dos Costumes”, afirmou que a metafísica pretendia ser superior a experiência. Além disso, defendia o entendimento das questões levantadas nesta filosofia através da razão. 
Já a terceira fase, que se inicia no final do século XX e segue até a atualidade, engloba os pensamentos contemporâneos sobre o tema. Foi neste período que os estudos do materialismo foram retomados, trazendo oposição à metafísica. No entanto, surgiu novas interpretações acerca da “filosofia primeira”, por meio das correntes místicas e exotéricas. 
A metafísica da saúde, por exemplo, é uma delas. É uma concepção atrelada às práticas de autoajuda e prega a ideia de que vários problemas de saúde acontecem em consequência da adoção de certos comportamentos e modelos de pensamento. 

A metafísica e o estudo das causas

Diferentemente de Platão, que acreditava em uma realidade que poderia ser explicada com base na razão, Aristóteles defendia a ideia de um mundo sensível. Isto é, um mundo material, esse que habitamos, e submetido às sensações e aos sentimentos. Com base neste princípio, ele estabeleceu as quatro causas que definem a existência do ser e explicam a origem de tudo. São elas:
  • Causa material – a matéria como formadora do ser, a exemplo do sangue, pele, músculos, ossos, etc.
  • Causa Formal – a essência e característica que diferenciam os seres. Os humanos, por exemplo, possuem duas pernas e braços, uma cabeça, etc. 
  • Causa Eficiente ou Motora – princípio que explica a origem dos seres. Existimos porque alguém nos criou. 
  • Causa Final – a razão da existência do ser, a finalidade da sua criação. 
Como pôde ser visto, na metafísica de Aristóteles tudo que existe no mundo se enquadra nessas quatro causas. No entanto, para encontrar a causa primeira, a justificativa para todas as outras, o filósofo precisou elaborar o conceito de primeiro motor imóvel, que remete a um ser perfeito, eterno e indivisível. Ele que daria propósito para as coisas, para as formas do mundo e da natureza. 

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