Resumo de Filosofia - Materialismo

Teoria contrária ao idealismo, espiritualismo e metafísica

O materialismo é uma concepção filosófica que admite a origem e a existência humana a partir de uma condição concreta: a matéria. É uma corrente que acredita nas circunstâncias concretas e materiais como principal meio de explicação da realidade e seus fenômenos sociais, históricos e mentais. 
Como é uma perspectiva que baseia-se na racionalidade, deixando de lado os conceitos sobre o mundo espiritual e a alma, contrapõe-se ao espiritualismo e, sobretudo, ao idealismo, cujo elemento central é a ideia de existência metafísica – compreensão da realidade através dos sentidos.
 
Para o materialismo, o modo de vida é condicionada pelos bens materiais. Isso quer dizer que a consciência e o comportamento do indivíduo são determinados pelas suas condições.

Contexto histórico

 
O pensamento materialista teve início com a teoria atomista, elaborada pelo filósofo pré-socrático Demócrito de Abdera. Segundo a argumentação, tudo que existe no universo é formado por átomos – partículas invisíveis e compostas por matérias – que ficam em movimento constante em um espaço vazio. Sendo a diversidade nas suas formas, ordens e dimensões os responsáveis pelos fenômenos da natureza. 
Este raciocínio também foi adotado por Epicuro, que ainda o completou dizendo que os movimentos atômicos têm origem na própria natureza, ou seja, não são ocasionados por nenhum tipo de intervenção divina. Aristóteles também contribuiu com a teoria ao confirmar a existência de matéria em todas as coisas, mas trouxe essa abordagem aliada a vertente idealista.
Ao longo da Idade Média, a filosofia idealista foi predominante. Somente com o Renascimento e as transformações que possibilitaram o avanço da ciência que o materialismo foi retomado. Nos séculos XVI e XVII, por exemplo, Francis Bacon defendeu o chamado materialismo naturalista ao afirmar que a experiência é a base para o alcance do conhecimento. Já René Descartes criou os fundamentos da materialismo mecanicista, desassociando de vez a ligação entre o espírito e a matéria. 

Materialismo marxista 

A corrente materialista ainda teve sua linha teórica apoiada nos argumentos dos filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels, especialmente no que diz respeito às mudanças sociais e econômicas provocadas pelos meios de produção, e as suas consequências quanto a existência humana. 
A partir dos estudos políticos, sociais e sociológicos, eles criaram as seguintes teorias:
Materialismo histórico 

Desenvolvida no século XIX, é uma vertente que define a humanidade de acordo com sua produção material. Para Marx e Engels, as diferenças nas situações econômicas é o que caracterizam as classes sociais, pois os sujeitos são moldados de acordo com a sua propriedade material. 
No contexto do materialismo histórico, essa disparidade é o principal motivador dos problemas que surgiram na sociedade durante a Revolução Industrial e está diretamente ligado à posse dos meios de produção. O acesso aos bens de consumo estabelece uma separação entre os que detêm o poder e os que precisam vender a força de trabalho como forma de sobrevivência. 
Essa estruturação do sistema capitalista faz com que o proletariado seja o responsável pela produção, mas não tem acesso a ele. Já a burguesia, segundo a visão marxista, desfruta de todos benefícios oriundos dos trabalhadores e mantém os acúmulos material e capital. 
Por esses motivos, para os filósofos, o proletariado deveria se unir e promover uma revolução em prol da tomada dos meios de produção das mãos da burguesia e controle do Estado. 
Materialismo Dialético 
A observação dos conflitos entre os donos dos meios de produção e aqueles que precisam vender sua força de trabalho, também contribuiu para o surgimento do materialismo dialético. Essa teoria defende que a luta de classes é histórica e também está atrelada à produção material. 
Além disso, afirma que as discrepâncias entre burguesia e proletariado é alimentada por um processo que Mark batizou de mais-valia – forma de apropriação de todos os lucros gerados pelos trabalhadores, que, em contrapartida, apenas recebem apenas uma pequena compensação salarial. 
Baseado na dialética de Georg Friedrich Hegel, na qual é dívida em três momentos – tese (elaboração de uma afirmação), antítese (contraposição desta afirmação) e síntese (nascimento de uma nova concepção a partir desses dois enfoques) –, o materialismo dialético, além da questão de classe, também estudou as relações sociais e tornou-se um dos principais método de análise da realidade.

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