Resumo de Filosofia - Filosofia Escolástica

Conheça as fases e características desse pensamento filosófico


A filosofia escolástica é uma vertente do pensamento filosófico produzido pelos intelectuais da chamada filosofia cristã. Essa vertente tem como principal representante Tomás de Aquino, que utiliza do pensamento aristotélico para pensar sobre questões inerentes à fé. Essa articulação entre pensamento racional e religioso, inclusive, é a principal característica da filosofia escolástica. 

O que caracteriza a filosofia escolástica


Conforme já foi antecipado, a produção filosófica que recebe o nome de escolástica é fortemente marcada pela tentativa de conciliar duas instâncias aparentemente inconciliáveis: a fé e a razão. Nesse período, a influência exercida pelos povos árabes que haviam migrado para a península hispânica foi fundamental para produção de articulações do pensamento cristão com a filosofia aristotélica. O filósofo Averróis é um dos nomes de destaque nesse processo, pois ele foi um dos comentadores do pensamento de Aristóteles
As articulações entre as questões metafísicas e das ciências naturais são acionadas por Alberto Magno, Santo Anselmo e São Tomás de Aquino, por exemplo, como instrumentos para combater os problemas enfrentados pela fé cristã. Nesse sentido, eles empreendem lutas contra a heresia, o paganamismo e a não aceitação de Deus. 
Os conhecimentos da Astronomia, Física e Biologia são utilizados pelos pensadores da escolástica para compreender e explicar o mundo natural e Deus. Eles estudavam e ensinavam, além das questões inerentes ao sacerdócio e à Bíblia, as chamadas artes liberais, um conjunto formado por sete áreas do conhecimento agrupadas em dois grupos:
Trivium: Gramática, Retórica e Lógica; 
Quadrivium: Aritmética, Geometria, Astronomia e Música. 




As fases da filosofia escolástica


A escolástica tem lugar no período histórico conhecido como Idade Média, mais especificamente entre os séculos IX e XVI. O pensamento estruturado pelos intelectuais que integram a filosofia escolástica é, didaticamente, dividido em três períodos. Essa classificação leva em conta as características em comum observadas na produção intelectual dos pensadores. 
Segundo ela, temos que no primeiro momento, os pensadores da filosofia escolástica estavam completamente certos de que era possível conciliar a fé e a razão. Nesse período, o pensamento ainda era fortemente influenciado pelas contribuições dadas pela filosofia patrística. E tem destaque os nomes de Duns Scotus e Santo Anselmo. Este último, inclusive, foi o responsável pela estruturação do argumento ontológico que dá conta da existência de Deus. 
A segunda fase da filosofia escolástica é marcada pelas contribuições de Tomás de Aquino. Nesse momento, é notável a existência de sistemas de explicações filosóficos de maior complexidade. A ciência, a lógica, a retórica e a teologia cristã são acionadas para construção desses sistemas filosóficos. Além de Aquino, seu professor Alberto Magno é considerado um intelectual representante da segunda fase da escolástica. 
A terceira e última fase dessa vertente filosófica coincide com o seu período de declínio. Isso acontece, justamente, por conta da atuação da Igreja Católica. A instituição se torna, cada vez mais, rígida no controle exercido na sociedade em geral. Essa vigilância interfere, inclusive, na produção filosófica, já que passa a coibir a realização de alguns estudos. Nessa fase da filosofia escolástica, Guilherme de Ockham é o pensador de destaque. 

As contribuições de Tomás de Aquino 

Tomás de Aquino foi o principal intelectual da escolástica. Além de estudar e discutir a produção intelectual de Aristóteles, ele produziu suas próprias ideias, que em sua obra aparecem misturadas com as do filósofo grego e com o cristianismo. Desse modo, ele deu origem a uma produção filosófica própria, que ficou conhecido pelo nome de Tomismo
A partir das discussões realizadas por Aristóteles acerca do princípio de causalidade e da ideia de motor imóvel, Aquino publica a "Summa Teológica", onde elabora as “Cinco Vias que Provam a Existência de Deus”. São elas: 
  • O motor: Aquino advoga que Deus é o motor imóvel, causa do primeiro movimento do universo. Essa constatação é feita com base da ideia aristotélica de que existe um motor para cada movimento; 
  • A primeira causa eficiente: para Aquino, Deus é a primeira causa para tudo. Esse pensamento foi construído ao estabelecer um paralelo entre as relações de causa e efeito presentes no princípio da causalidade discutido por Aristóteles; 
  • Seres necessários e seres possíveis: esse princípio informa a existência dos seres que não foram criados por ninguém, apenas existem (seres necessários); e dos seres frutos do ato de criação (seres possíveis). Deus integra o primeiro grupo e suas criações constituem o segundo; 
  • Graus de perfeição: Aquino defende a existência de uma hierarquia entre os seres do universo. Segundo ele, Deus é o ser com grau máximo de perfeição e, quanto mais próximo dele, mais perfeitos são os demais seres; 
  • Governo supremo: esse princípio informa a existência de um governo maior capaz de manter o funcionamento, organização e controle racional do universo. Segundo o Tomismo, essa função é exercida por Deus. 

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