Questões de Relação entre Indivíduo e Sociedade (Sociologia) Página 2

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Podemos dizer, de maneira metafórica, que a descoberta científica de nosso sistema solar tornou possíveis muitos progressos tecnológicos, mas nunca ditou a conduta necessária a respeito dessa realidade física (não está inscrito nesse conhecimento a necessidade de ir pôr o pé na Lua nem mesmo de enviar homens ou animais ao espaço). A respeito da escola, por exemplo, os trabalhos mundialmente conhecidos de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron sobre as desigualdades sociais em matéria de acesso ao saber ou à cultura deram lugar a interpretações e a “traduções” políticas bem diferentes.
(Bernard Lahire, “Viver e interpretar o mundo social: para que serve o ensino da Sociologia?” Revista de Ciências Sociais, 2014. Adaptado)

Segundo o excerto, Bernard Lahire enfatiza que

  • A o acesso ao saber é determinado por políticas consensuais.
  • B a conduta humana supõe a possibilidade de escolha.
  • C o determinismo das leis físicas define a ação humana.
  • D a realidade física é determinante da realidade social.
  • E a evolução humana é orientada por descobertas científicas.

A sociologia não pode deixar de ser ética; ética é prática de articular, pregar, promover e/ou impor regras de conduta moral. A moral é uma questão de responsabilidade em relação ao outro. Enquanto executam seu trabalho profissional de maneira adequada, os sociólogos estão inevitavelmente, de forma consciente ou não, preparando o terreno em que a consciência moral pode crescer, e com ela as chances de as atitudes morais serem assumidas e de a responsabilidade pelos outros ser cada vez mais aceita.
(Zygmunt Bauman, Para que serve a sociologia?, 2015)

Para Bauman, a responsabilidade moral em relação ao outro se fundamenta

  • A na dependência mútua dos seres humanos.
  • B na base religiosa da sociedade humana.
  • C no suporte afetivo da organização familiar.
  • D no contrato tácito subjacente à sociedade.
  • E no compartilhamento de valores sociais.

Em toda parte, o desenvolvimento do Estado moderno é iniciado através da ação do príncipe. Ele abre o caminho para a expropriação dos portadores autônomos e “privados” do poder executivo que estão ao seu lado, daqueles que possuem meios de administração próprios, meios de guerra e organização financeira, assim como os bens politicamente usáveis de todos os tipos. A totalidade do processo é um paralelo completo ao desenvolvimento da empresa capitalista através da expropriação gradativa dos produtores independentes.
(Max Weber, Ensaios de sociologia, 1982)

Segundo Weber, o Estado moderno distingue-se das formas anteriores de organização política ao se estruturar a partir

  • A do acordo com as classes dominantes.
  • B do contrato social fortalecido.
  • C da ordem estatal burocrática.
  • D da organização das forças armadas.
  • E da harmonia com o poder religioso.

Se você procura a verdade da “vida real”, e não a “verdade” sobrecarregada com o duvidoso e presunçoso “conhecimento” de homúnculos nascidos e criados em tubos de ensaio, dificilmente poderia fazer melhor escolha que colher sugestões de gente como Franz Kafka, Robert Musil, Jorge Luis Borges, Georges Perec, Milan Kundera ou Michel Houellebecq.
(Zygmunt Bauman, Para que serve a sociologia?, 2015)

Segundo Bauman, no que diz respeito à relação entre Literatura e Sociologia na busca pela compreensão da realidade

  • A a literatura promove visões extremas e caricatas da sociedade.
  • B há uma relação de irmandade entre a sociologia e a literatura.
  • C a sociologia utiliza personagens literárias para estudos de caso.
  • D há uma superioridade epistêmica da literatura sobre a sociologia.
  • E a literatura e a sociologia não dialogam interdisciplinarmente.

Há dois modos principais pelos quais alguém pode fazer da política a sua vocação: viver “para” a política, ou viver “da” política. Esse contraste não é, de forma alguma, exclusivo. Em geral, o homem faz as duas coisas, pelo menos em pensamento e, certamente, também a ambas na prática. Em condições normais, o político deve ser economicamente independente da renda que a política lhe pode proporcionar.
(Max Weber, Ensaios de sociologia, 1982. Adaptado)

De acordo com Weber, a pessoa que exerce uma atividade política ser financeiramente independente teria como consequência

  • A o combate à corrupção na gestão pública.
  • B a exclusão política das classes populares.
  • C a garantia da boa administração pública.
  • D o favorecimento de políticas patrióticas.
  • E a execução de políticas de interesse público.