Questões de O nascimento da sociologia (Sociologia)

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Aponta Montesquieu que: “Deus possui uma relação com o universo, como criador e como conservador: as leis segundo as quais criou são aquelas segundo as quais conserva. Ele age segundo estas regras porque as conhece; conhece-as porque as fez, e as fez porque elas possuem uma relação com sua sabedoria e sua potência”.
(Montesquieu, O espírito das leis, 2000)

Desse modo, para Montesquieu, uma vez que o mundo é privado de inteligência e é formado por movimentos da matéria, é correto afirmar que é

  • A possível que Deus mude e aprimore as leis que o governam.
  • B legítimo que as leis naturais espelhem as leis humanas.
  • C correto que as leis físicas não se apliquem à razão humana.
  • D preciso respeitar as leis morais reveladas na Bíblia por Deus.
  • E necessário que esses movimentos possuam leis invariáveis.

A Sociologia é uma ciência que tem sua atenção mais frequentemente voltada para sua própria sociedade e para os fatos que são contemporâneos ou que têm repercussões no mundo contemporâneo; ela preenche, por vezes, funções críticas, e seus resultados são geralmente legíveis pelos mesmos “objetos” de suas pesquisas.
(Bernard Lahire, “Viver e interpretar o mundo social: para que serve o ensino da Sociologia?” Revista de Ciências Sociais, 2014. Adaptado)

Desse modo, Bernard Lahire ressalta que a Sociologia

  • A enfrenta obstáculos insuperáveis para dar a suas análises uma robustez teórico-metodológica mínima.
  • B permanece circunscrita aos limites de suas teorias e estratégias metodológicas subjetivas e qualitativas.
  • C oferece uma fundamentação consolidada e consensual sobre causas de fenômenos sociais que analisa.
  • D consegue superar sua fragilidade teórica pelo uso de instrumentos de análise estatística quantitativa.
  • E é constantemente forçada a justificar sua existência e a entregar os resultados de suas análises.

Por trás do hábito de fugir da categoria explanatória “a fim de” e substituí-la pela categoria “por causa de”, se encontra o pressuposto tácito, ocasionalmente articulado, porém sobretudo inconsciente e dificilmente questionado, de que “as coisas são como são” e “natureza é natureza – ponto final”, assim como a convicção de que há pouco ou nada que os agentes – sozinhos, em grupo ou coletivamente – possam mudar no que se refere aos veredictos da natureza.
(Zygmunt Bauman, Para que serve a sociologia?, 2015)

Para Bauman, o resultado do hábito generalizado das pessoas comuns, mencionado no excerto, é uma

  • A percepção social fragmentada, segmentada e cristalizada.
  • B dialética entre aspectos subjetivos e objetivos da experiência.
  • C visão crítica da sociedade resultante de indagações causais.
  • D visão de mundo inflexível, inerte e imune à argumentação.
  • E concepção dinâmica da natureza e dos sistemas sociais.

A singular situação epistemológica das Ciências Sociais é desconfortável porque não somente é exaustivo ter de responder, continuamente, a questão “para que serve?”, como mais desconfortável ainda é o fato de que a resposta “isso não serve pra nada” está frequentemente na mente daquele que faz tal pergunta.
(Bernard Lahire, “Viver e interpretar o mundo social: para que serve o ensino da Sociologia?” Revista de Ciências Sociais, 2014. Adaptado)

Para Bernard Lahire, a pergunta sobre a “utilidade” das Ciências Sociais

  • A possibilita ocultar relações subservientes aos poderosos.
  • B permite legitimar o estatuto científico das Ciências Sociais.
  • C levanta uma questão legítima sobre as Ciências Sociais.
  • D valoriza o papel pragmático do saber nas Ciências Sociais.
  • E faz das Ciências Sociais uma área epistemicamente relevante.

Na Grécia, pela primeira vez, surgiu uma forma prática pela qual era possível colocar os parafusos lógicos em alguém, de modo que não pudesse expressar-se sem admitir que nada sabia. O grande instrumento do trabalho científico, a experimentação racional, surgiu ao lado da descoberta do espírito helênico, durante a Renascença.
(Max Weber, Ensaios de sociologia, 1982. Adaptado)

Qual seria o papel da experimentação racional, segundo Weber?

  • A O escrutínio lógico de argumentos.
  • B A imposição de verdades formais.
  • C A sujeição da experiência à moral.
  • D O controle fidedigno da experiência.
  • E O combate ao relativismo moral.