Na falta de ciências sociais fortes, e cujos resultados sejam o mais amplamente difundidos, os cidadãos ficam totalmente desprovidos face a todos os provedores (produtores ou difusores) de ideologia, multiplicados ao longo das últimas décadas numa sociedade na qual o lugar do simbólico (ou seja do trabalho sobre as representações) é consideravelmente apagado. O papel dos especialistas da comunicação política (melhor, porém, seria falar de “manipulação política”) ou do marketing, dos jornalistas, dos pesquisadores, quase cientistas, dos retóricos mais ou menos hábeis, enfim, de todos os sofistas dos tempos modernos, não parou de crescer.
(Bernard Lahire, “Viver e interpretar o mundo social: para que serve o ensino da Sociologia?” Revista de Ciências Sociais, 2014. Adaptado)
No cenário descrito no excerto, para Bernard Lahire é imprescindível
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A promover discursos persuasivos como ferramentas de compreensão da realidade social.
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B realizar revisões no método sociológico para aprimorar a compreensão do mundo social.
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C compartilhar os meios de decifrar e contestar os discursos de ilusão sobre o mundo social.
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D criar instrumentos de análise lógica de modo a propiciar falácias nos discursos políticos.
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E utilizar métodos falaciosos de análise discursiva para denunciar técnicas de manipulação.