Questões de Maquiavel e O Príncipe (Filosofia)

Limpar Busca

Em diferentes momentos da história, surgiram explicações para o funcionamento da sociedade e do Estado. Durante a Idade Moderna, é possível localizar a produção de literatura específica sobre o assunto, a qual se identifica como política clássica, ou seja, o conjunto de ideias que serviu de base para as que utilizamos hoje.

Sobre modelos de Estado e da política na Idade Moderna, considere as afirmativas a seguir.

I  →  A obra de Nicolau Maquiavel aponta para um Estado definido tanto pela defesa da própria existência quanto pelo atendimento das expectativas dos cidadãos, apresentando diálogo com modelo romano antigo.
II  →  Jean Bodin contribuiu à Política ao enunciar as ideias de soberania e de razão de Estado, promovendo a separação entre a esfera da política e a esfera da religião.
III  → As propostas de Thomas Hobbes em “O Leviatã” partem de uma interpretação pessimista sobre o ser humano, marcadamente egoísta, mas demonstram um pensamento inovador ao alicerçar a origem do poder do Estado no consenso da população em ser governada.
IV  →  O iluminista Jean-Jacques Rousseau aprimourou a ideia de contrato social ao propor um governo republicano parlamentar composto por pessoas com alto grau de estudo e de especialização, o que representava o triunfo das luzes sobre a ignorância no campo da política.

Estão corretas

  • A apenas I e II.
  • B apenas I e III.
  • C apenas II e IV.
  • D apenas I, III e IV.
  • E apenas II, III e IV.

Maquiavel teve curta passagem em cargos públicos no governo florentino, em um período complicado, de grande instabilidade política, no qual o poder passava de mão em mão em espaços de tempo relativamente curtos. Nessa troca de governantes, o referido escritor acaba demitido e exilado em seu próprio país, proibido de ocupar qualquer cargo público, inclusive com uma estadia na prisão. Já em liberdade, retorna à propriedade herdada de seus pais, e vive modestamente longe do glamour da vida pública. Nesse período recluso, ele passa a examinar os pensadores clássicos, e redige suas obras, dentre as quais cabe destacar a mais importante, que marcou seu nome na história do pensamento político: “O Príncipe”.
(WEFFORT, 2001, p. 16.)

Nessa obra em específico (O Príncipe), Maquiavel:

  • A Busca pela verdade real das coisas, e acredita que essa verdade transcende ao próprio homem e só é encontrada na fé.
  • B Formula que a ordem que deve permear a política não é divina, e sim deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie.
  • C Estuda a natureza humana ao longo da história e define que as paixões humanas são sempre verdadeiras e se refletem na atitude ética diante da política.
  • D Centrado ainda em seu idealismo característico, salienta a importância e a centralidade da Igreja Católica, apesar do contexto de reformas e revoltas protestantes.

Imagine a seguinte situação hipotética: em uma escola pública, os professores estão organizando um debate sobre a natureza do poder e a formação dos governos. Durante o debate, um deles afirma que o Estado deve ser construído com base no consenso entre os cidadãos, permitindo que todos participem ativamente das decisões coletivas. Outro professor discorda, dizendo que o poder deve ser exercido em benefício da classe trabalhadora, visando à abolição da propriedade privada para promover igualdade. Um terceiro professor menciona que o poder deve se concentrar em um soberano forte para evitar a desordem, já que a natureza humana tende ao conflito. Finalmente, um quarto professor argumenta que a liberdade só pode ser preservada se o poder for dividido entre várias instituições. Com base nas ideias dos filósofos Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau, Kant e Hegel, a visão de Karl Mar, resumidamente, sobre a natureza do poder e da sociedade:

  • A Sustenta que o poder deve ser dividido entre o Executivo, Legislativo e Judiciário, de modo a garantir a liberdade individual e evitar o abuso de autoridade.
  • B Acredita que a sociedade deve ser organizada em torno da vontade geral, na qual os cidadãos obedecem às leis que eles próprios criaram em benefício do interesse coletivo.
  • C Argumenta que o Estado ideal é aquele que centraliza o poder em um soberano absoluto, pois sem essa centralização, a sociedade estaria em constante risco de conflitos e desordem.
  • D Defende que o poder deve ser exercido pela classe trabalhadora, com o objetivo de abolir a propriedade privada e superar as desigualdades criadas pelo sistema capitalista, resultando na construção de uma sociedade sem classes.

Em sua célebre obra “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel estuda a política na Antiguidade e revoluciona a Teoria do Estado e da Conspiração, criando as bases da Ciência Política. Nesta obra, o autor elabora uma teoria realista e sistemática que

  • A cria a base para o desenvolvimento do conceito de Ética por Platão.
  • B inspirou a elaboração e promulgação da Constituição austríaca de Weimar.
  • C separa a ética individual da ética do Estado (fundada na noção do bem comum).
  • D comprova a tese de que somente aquele que julga não saber, afirmando sua própria ignorância, é o que busca o verdadeiro conhecimento.
  • E entende essencial a integração entre a moral comum e a moral política, inexistindo distinção entre a ética almejada pelos indivíduos que compõem a sociedade e aquela esperada dos órgãos de Estado, que exercem a função pública.

[...] surge daí uma questão: é melhor ser amado que temido ou o inverso? A resposta é que seria de desejar ser ambas as coisas, mas, como é difícil combiná-las, é muito mais seguro ser temido do que amado, quando se tem de desistir de uma das duas.
(Maquiavel. O Príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2001)
Valendo-se disso, é correto afirmar que

  • A no íntimo de cada um há uma propensão para oprimir.
  • B não é possível a alguém querer ser amado e querer ser temido.
  • C o amor deve sempre prevalecer diante de nossos maiores temores.
  • D amor e temor são considerados como dois lados da mesma moeda.
  • E alguém que é temido, nunca será alguém que é amado.