Conceito, tipos e por que ela existe?
A desigualdade social é um assunto recorrente no dia a dia da população mundial. As diferenças entre as classes sociais existem há anos e historicamente estão relacionadas ao processo de colonização europeia e especialmente ao avanço do capitalismo, sistema social e econômico surgido por volta dos séculos XI e XV.
São inúmeras as causas e consequências da desigualdade social, bem como existem muitos argumentos e opiniões sobre o assunto. Entenda nesse artigo a origem desse problema, quais os tipos mais comuns e conheça a ideologia de Karl Max, primeiro intelectual a esboçar opiniões sobre a desigualdade entre as classes.
Causas e consequências
De uma forma bem simplória, a desigualdade social é um fenômeno ocasionado pela diferença econômica entre determinados grupos. Pode-se dizer ainda que é qualquer forma de concentração de poder de uma classe social sobre outra desfavorecida.
Para muitos estudiosos a origem da desigualdade social tem relação com alguns acontecimentos históricos, a exemplo da colonização dos países europeus em diversos países do mundo, inclusive o Brasil, território que sofreu com a retirada de recursos naturais e exploração da mão de obra escrava. Tais circunstâncias provocaram a formação de sistemas desiguais que podemos enxergar ainda nos dias de hoje.
Outro fator que desencadeou o fenômeno de desigualdade social foi o surgimento do capitalismo. Totalmente voltado à geração de lucros, o sistema faz claramente uma distinção de classes (burgueses e proletários).
Além desses pontos, é possível enxergar nos dias atuais outras questões que impulsionam essa disparidade na sociedade. Vale pontuar que a má administração de recursos públicos; a falta de políticas públicas em áreas sociais, culturais, educacionais e saúde, e falhas na distribuição de renda são alguns dos exemplos.
Todos esses tópicos colaboram para o maior distanciamento entre grupos em uma sociedade, gerando consequências como:
- Aumento do índice de violência e criminalidade;
- Crescente desemprego;
- Fome, desnutrição e mortalidade infantil;
- Favelização;
- Pobreza;
- Falta de saneamento básico e muito mais.
Tipos
Na sociedade é possível perceber a desigualdade em diferentes esferas, tais como: educação, saúde, cultura, moradia, emprego, etc. Entre os tipos de desigualdade social é possível citar:
Desigualdade de gênero: não é novidade que as mulheres geralmente ganham salários menores do que o dos homens, principalmente no Brasil. E muito mais que isso, dados revelam ainda que há diferença nas oportunidades de ocupação de cargos superiores e de confiança. Ainda contemplando esse exemplo de desigualdade estão os grupos dos homossexuais, que encontram dificuldades para assumir posições importantes no mercado profissional por conta da sua orientação sexual.
Desigualdade racial: o preconceito racial é outro tema antigo e bastante debatido na sociedade. Mas, mesmo diante de alguns avanços na criação de ações no combate ao racismo, as oportunidades ainda não são iguais.
Desigualdade econômica: o privilégio de manter uma boa qualidade de vida ainda é para algumas camadas sociais. Isso é o reflexo da má distribuição de renda existente em todo o mundo. O baixo poder de consumo é um dos fatores responsáveis pelo crescente número de crimes, desnutrição, pobreza e marginalização de indivíduos.
Desigualdade regional: Por conta de influências históricas, algumas regiões têm mais privilégios do que outras e como consequências surgem condições sociais diferenciadas entre elas. No Brasil, é possível notar uma assimetria entre o modo de vida das pessoas que habitam nas regiões Sul e Sudeste e a população da região Nordeste, por exemplo.
A desigualdade social na visão de Karl Max
O sociólogo alemão Karl Max defendia a ideia de que a desigualdade social estava atrelada ao modo de produção capitalista. A concentração de riqueza na mão da minoria, na sua visão, não era justo e por isso argumentava que o proletariado deveria se rebelar contra o sistema e provocar mudanças socioeconômicas.
As ideias que Max pregava geraram críticas entre a burguesia, mas ao mesmo tempo proporcionou uma nova visão para a comunidade social e científica. Junto com Friedrich Engels, publicou a obra “Manisfesto do Partido Comunista”, pontapé inicial para a teoria denominada marxista.
A doutrina socialista científica tinha como proposta despertar o reconhecimento da existência de exploração da classe operária pela burguesia. Além disso, tinha como objetivo principal acabar com o capitalismo e implantar o comunismo.
O pensamento criado por Max e Engels então entrou para a história como um movimento político socialista que serviu de referência ideológica entre vários movimentos e, principalmente, entre países como a antiga União Soviética, Cuba, China e nações do leste europeu.