Marilda Villela Iamamoto, no texto “A questão social no capitalismo”, publicado na Revista Temporalis n.º 3, em 2001, explicita uma posição histórico-crítica adversa às perspectivas positivistas e funcionais de análise sobre esse tema. O “confronto” de tais perspectivas permite inferir que:
- A As questões sociais referem-se à pobreza e às desigualdades historicamente existentes; cada sociedade, em cada época, é responsável pelas políticas públicas que extinguirão os conflitos e as contradições socioeconômicas existentes entre classes.
- B As transformações sociais modificaram a questão social e, com isso, é preciso levar em conta a existência de novas questões sociais, considerando que os problemas atuais têm raízes adversas daqueles identificados com a emergência da sociedade regida pelo capital.
- C A teoria social crítica favorece a compreensão da questão social como uma disfunção e ameaça à ordem socialmente constituída e, por isso, tanto o Estado como a sociedade precisam criar estratégias de vigilância, coerção e de enfrentamento mais incisivas.
- D Os indivíduos precisam ser preparados para identificar e resolver os seus problemas sociais, até porque as escolhas, decisões e as capacidades de resolução são de suas responsabilidades; o Estado, por sua vez, precisa elaborar estratégias e políticas públicas para a supressão da questão social e de suas mais distintas expressões.
- E O estudo crítico permite identificar a questão social como contradições originárias e tensionadas pela relação capital e o trabalho, legitimadoras da apropriação privada da atividade humana e da precarização intencional das condições de vida e de trabalho.