Questão 5 Comentada - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) - Enfermeiro (2022)

Leia o texto a seguir para responder a questão.

Teoria Geral do Quase
Carlos Heitor Cony

o terminar meu nono romance (Pilatos), há mais de vinte anos, prometi a mim mesmo que, acontecesse o que acontecesse, aquele seria o último. Nada mais teria a dizer – se é que cheguei a dizer alguma coisa.
Daí a repugnância em considerar este Quase memória como romance. Falta-lhe, entre outras coisas, a linguagem. Ela oscila, desgovernada, entre a crônica, a reportagem e, até mesmo, a ficção.
Prefiro classificá-lo como “quase-romance” – que de fato o é. Além da linguagem, os personagens reais e irreais se misturam, improvavelmente, e, para piorar, alguns deles com os próprios nomes do registro civil. Uns e outros são fictícios. Repetindo o anti-herói da história, não existem coincidências, logo, as semelhanças, por serem coincidências, também não existem.
No quase-quase de um quase-romance de uma quase-memória, adoto um dos lemas do personagem central deste livro, embora às avessas: amanhã não farei mais essas coisas.

C.H.C

Referência: CONY, Carlos Heitor. Quase memória: quase-romance. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.


Analise as afirmativas abaixo e considere se, de acordo com o que foi lido, são verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) Pode-se concluir que C.H.C. é o personagem central do livro.
( ) A partícula lhe no 2º parágrafo remete à palavra “repugnância”.
( ) Os travessões no 1º e 3º parágrafos poderiam ser substituídos por vírgulas.
( ) A expressão até mesmo no 2º parágrafo traz a ideia de inclusão.
( ) A palavra logo no 3º parágrafo pode ser substituída, mantendo o sentido, por “à vista disso”.

A sequência que preenche respectiva e corretamente os parênteses é:

  • A F- V- V- F- V
  • B F- F- V- V- V
  • C V- V- F- V- F
  • D F- F- F- F- V
  • E V- F- V- F- F