Questões de Construção do Estado Liberal: Independência das colônias latino-americanas (História)

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Leia o texto a seguir.
De fato, o nome próprio que designaria o Novo Mundo, América, colocado na parte sul do continente no famoso mapa de Martin Waldseemuller de 1507, logo passaria a nomear também a parte norte. Todavia, o sucesso desse nome apagou o fato de que esse nome, América, seria arrebatado, no século XIX, pelo único país no mundo que não tinha nome: os Estados Unidos de norte-américa. Com a doutrina Monroe, esse nome de tanto sucesso passou a designar o país do norte, enquanto a primeira América, a de Colombo, Cabral, Vespuccio e Moctezuma, passou a ser chamada de América Latina, marginalizando as populações indígenas e negras.
BRUIT, Héctor H. A Invenção da América Latina. Anais Eletrônicos do V Encontro da ANPHLAC, Belo Horizonte, 2000, p. 1.

O texto associa o fato narrado à doutrina Monroe porque essa doutrina visava a

  • A coibir a interferência europeia no continente americano.
  • B garantir a participação americana nos conflitos europeus.
  • C favorecer a exploração econômica das colônias europeias.
  • D promover a união territorial dos países latino-americanos.

Irmãos e compatriotas:


A aproximação ao quarto século do estabelecimento dos nossos antepassados no Novo Mundo, é uma ocorrência notável para que deixe de interessar nossa atenção. O descobrimento de uma parte tão grande da terra é, e será sempre para o gênero humano, o acontecimento mais memorável de seus anais. Mas, para nós que somos seus habitantes, e para nossos descendentes, é um objeto de maior importância. O Novo Mundo é nossa pátria, sua história é a nossa e é nela que devemos examinar nossa situação presente, para nos determinar por ela, a tomar o partido necessário para conservação dos nossos próprios direitos e dos nossos sucessores.


VISCARDO, Juan Pablo y Guzmán, Carta dirigida a los Españoles Americanos, 1801. Adaptado.


As afirmativas a seguir identificam corretamente características dos movimentos pré independência na América Latina, liderados pelos descendentes de espanhóis nascidos nas Américas, à exceção de uma. Assinale-a.

  • A A valorização do afã conquistador de seus antepassados.
  • B O descontentamento com o despotismo dos Bourbons.
  • C O repúdio do passado indígena pré-hispânico, considerado primitivo.
  • D A distinção identitária com relação aos espanhóis peninsulares.
  • E A identificação com a natureza, o território e a história americana.

A independência se fez em nome dos ideais liberais, justificando os interesses dos setores dominantes criollos que mantiveram a direção política do processo na América espanhola. Calavam-se os monopólios reais, abriam-se as linhas de comércio, a economia devia se reger sem a intervenção da antiga metrópole. Algumas concessões aos dominados também foram aceitas, mesmo no período de luta: Bolívar, por exemplo, acedeu em oferecer alforria aos escravos que se ligassem aos exércitos patrióticos. O Estado, que começava a se organizar depois de atingida a independência, assumiu como tarefa destruir a velha ordem colonial. Em primeiro lugar, tendo em vista os interesses criollos dominantes e também as pressões dos comerciantes ingleses, havia de derrubar todo o regime de monopólios, privilégios e restrições ao comércio e outros ramos da produção em geral. [...] (PRADO, Maria Ligia. Z. al, 1986. p. 16.)
No que se refere à destruição da “velha ordem colonial” mencionada anteriormente, podemos apontar como grandes mudanças a partir da ruptura colonial: 

  • A A destruição dos foros especiais do Exército e da Igreja e a expulsão dessas instituições do país.
  • B No campo econômico, o controle ficou menos rígido e o pacto colonial foi claramente avultado.
  • C A conquista da liberdade econômica e a diversificação produtiva que permitiu a equidade social.
  • D A preponderância em relação à Inglaterra e a inserção da industrialização em todo território nacional.
  • E Houve a ascensão política dos criollos e com a instalação de novos regimes a elite se manteve no poder.

Em 18 de novembro de 2013, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, fez um pouco notado discurso na Organização dos Estados Americanos (OEA) em que afirmou categoricamente que “a era da Doutrina Monroe terminou”. Tal assertiva carregava consigo um peso simbólico bastante significativo do ponto de vista das relações internacionais entre Estados Unidos e seus vizinhos ao sul e trazia à tona a oportunidade de um reexame desse, que é um dos mais longevos princípios de política externa dos Estados Unidos. A frase que ficou conhecida na história como resumindo o espírito da chamada Doutrina Monroe – “A América para os Americanos” – ajudou a consolidar a percepção de que a referida política tinha como alvo a totalidade do continente americano. Ainda que o próprio presidente Monroe jamais tenha proferido tal frase durante o seu discurso anual ao Congresso dos Estados Unidos em 1823, considerado o marco da Doutrina Monroe, o mandatário norte-americano foi muito claro ao declarar em um determinado momento do discurso que “devemos considerar qualquer tentativa da parte deles [europeus] de estender seu sistema para qualquer parte desse hemisfério como um perigo para a nossa paz e segurança”. (Uma política para o continente – reinterpretando a Doutrina Monroe. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7329201400307.)
Prestes a completar os seus dois séculos de sua declaração, a Doutrina Monroe já gerou inúmeros debates, tanto quanto episódios considerados controversos por parte de outras nações em relação aos Estados Unidos da América. Sobre os países da América Latina, especificamente no século XIX:

  • A Estados Unidos era visto como um aliado, único capaz de garantir suas independências econômicas e políticas das potências europeias.
  • B O presidente James Monroe esclareceu que o escopo geográfico de sua doutrina aplicava-se à toda América Latina e às nações de suas relações.
  • C Muitos países, cuja independência em relação aos europeus ainda era recente, estavam ainda mais ligados à Europa do que aos seus vizinhos americanos.
  • D Não havia nenhum tipo de interação entre os países independentes no continente americano, e a função da doutrina seria controlar o continente como um todo.

Refletindo sobre a história dos Estados Unidos, Leandro Karnal menciona que a ruptura das colônias inglesas e a consolidação de um novo país foram motivadas por um sentimento. A qual sentimento o historiador está se referindo?

  • A Antibritânico.
  • B Unanimidade de desejos das colônias.
  • C Liberdade Nacional.
  • D Patriotismo Universal.
  • E Vontade mercantilista dos latifundiários.