Questões de Fundamentos da História : Tempo, Memória e Cultura (História)

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Leia o texto a seguir:

O problema, em termos do processo de ensino- -aprendizagem, é que o abandono da diacronia, da ideia de processo, pode transformar o conhecimento histórico numa sabedoria de almanaque mal digerida, em que acontecimentos, instituições e movimentos ocorrem do nada para o nada. Será que é isso o que mais nos interessa com relação à disciplina História? Misturar Galileu e Einstein ou Espártaco e Zumbi como se fossem contemporâneos prontos a dialogar pode desistoricizar suas práticas e formas de pensamento se não estivermos muito atentos.

(Jaime Pinsky; Carla Bassanezi Pinsky, “Por uma história prazerosa e consequente”. Em: Leandro Karnal (org.), História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2015. Adaptado)

O texto faz uma crítica ao ensino de História que se propõe a trabalhar com

  • A a cronologia.
  • B a linearidade.
  • C os temas transversais.
  • D a historicidade.
  • E as simultaneidades.

O desfile das Escolas de Samba de 2025 foi histórico, já que foi a primeira vez que o Grupo Especial do Rio de Janeiro se dividiu em três noites de desfiles. Até 1983, as apresentações eram realizadas apenas no domingo, e entre 1984 e 2024, o desfile também acontecia na segunda-feira. Esse ano, o Carnaval mais conhecido no Brasil e no Mundo trouxe em muitos de seus sambas enredos, através das escolas de samba, uma temática de um povo que, para ser estudado nas escolas, tiveram que “promulgar” uma lei, a lei nº 10.639/2003 que estabelece nas diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Assim, sobre as temáticas da História Nacional, do Carnaval, da Cultura Afro-Brasileira e suas relações com outros continentes analisemos os itens abaixo:

I. No Governo de Lula, em 09 de janeiro de 2003, este faz alterações na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e nela consta a inclusão da obrigatoriedade da temática da História e Cultura Afro-Brasileira, fora isso, no calendário escolar e brasileiro trouxe um dia que passou a ser emblemático para criarmos consciência sobre nossas origens históricas, esse dia é o 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.
II. “Transbordo a revolta dos mais oprimidos, Eu sou caboclo da mata do catucá, Eu sou pavor contra tirania, Das matas, o encantado, Cachimbo já foi facão amolado, Salve malungueiro, juremá” – Esse foi um trecho do samba enredo da escola de samba Unidos do Viradouro, que fora em 2024 a campeã do desfile de carnaval do Rio de Janeiro, buscou seu quarto título em 2025 com o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, que retrata a entidade afro-indígena em suas manifestações como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro. Sob a assinatura de Tarcísio Zanon, o desfile retorna ao século XIX, em Pernambuco, para narrar a resistência do quilombo do Catucá e a luta de seu último líder, João Batista, o Malunguinho. Vimos que em 2025, mais de uma das escolas de samba apresentaram em seus sambas enredos uma característica expressiva sobre a história afro-indígena brasileira, destacando o seu valor na História do Brasil.
III. Os tais “limões de cheiro”, símbolo máximo do entrudo, era uma bola de cera ou bexiga animal recheada com uma mistura de água, perfume e, em muitos casos, líquidos menos inocentes, como urina. Apesar da violência, o entrudo fazia parte do calendário festivo anual e tinha muitos adeptos e simpatizantes, inclusive na Corte. Outra herança carnavalesca portuguesa, essa bem mais tranquila, foi o zé-pereira, em que tocadores de bumbos enormes acompanhavam as procissões na região do Minho, em Portugal, os chamados zé-pereiras se espalharam pelo Rio de Janeiro no século 20, assim como em Teresina, no Piauí, que em 2012 o Corso do Zé Pereira entrou para o Livro dos Recordes (Guinness World Records Book) como o maior Desfile de Carros Alegóricos.
IV. Com base nesses discursos podemos afirmar que a religião, a cultura e a raça estiveram presentes na temática Carnaval e a relação entre igreja e os folguedos foram de altos e baixos, visto que durante a Idade Média, “Ao criar a Quaresma, a Igreja Católica instituiu o carnaval” muitos papas foram inimigos da “festa da carne”, mas, no século 15, o papa Paulo II se mostrou mais tolerante ao autorizar a Via Lata, área diante do seu palácio em Roma, para a celebração do carnaval romano, com desfiles, corridas, danças, brincadeiras. “O carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça.” Logo no primeiro parágrafo de seu Manifesto da Poesia Pau-Brasil, um dos mais importantes textos da literatura brasileira, o escritor Oswald de Andrade exalta a importância da festa mais popular do país, que contagia grande parte da população com uma explosão de alegria e transporta a cultura brasileira a todas as partes do mundo.

Está correto o que se afirma apenas em:

  • A I, II e III.
  • B II e IV.
  • C I, II, III e IV.
  • D I e III.
  • E III e IV.

A História, como ciência, busca em diversas teorias entender como o homem pensa, cria sua realidade, a modifica, se organiza em sociedade, e através de ações culturais, econômicas, filosóficas, dentre outras; criam paradigmas que se perpetuam ao longo do tempo evidenciando a evolução do sujeito e do objeto estabelecendo uma interlocução desses na construção da história, bem como o repasse de todo esse método na forma educacional para a construção do ser humano, alguns podem chamar isso de fazer história e outros historiografia, portanto sobre o conhecimento histórico, saber histórico e historiografias, marque a alternativa incorreta:

  • A A História (ou Historiografia) é um dos poucos campos de saber cujo nome da própria disciplina coincide diretamente com aquilo que ela estuda, a História estuda a própria história. Ou seja: por um lado, história é o nome de uma disciplina ou campo de saber; e por outro lado a história é um objeto (ou mesmo um universo) a ser estudado: é o conjunto de processos, acontecimentos e sociedades que já existiram ou se manifestaram até hoje no tempo. Todos nós estamos literalmente mergulhados na história, pois ela vai se desenrolando no tempo através de um devir sem fim que nos arrasta junto às sociedades nas quais vivemos.
  • B Não há cultura humana sem um elemento constitutivo de memória comum. Ao relembrar, interpretar e representar o passado, as pessoas compreendem sua vida cotidiana e desenvolvem uma perspectiva futura delas próprias e de seu mundo. História, nesse sentido fundamental e antropologicamente universal, é uma reminiscência interpretativa do passado de uma cultura, que serve como um meio de orientar o grupo no presente.
  • C Para Marx, nas eternidades imutáveis e imóveis não há história. É no combate às categorias eternas e ao aporte que dele decorre que traz ao pensamento marxiano a ideia de história como processo. Marx estabelece pressupostos de seu método e de sua concepção de história, colocando o proletariado como classe atuante e transformadora na realidade social ao definir a historicidade das categorias econômicas como o princípio de sua crítica.
  • D Com o objetivo de tornar a história como ciência com a utilização de métodos científicos que a distanciassem da literatura e da filosofia, a escola metódica é um movimento que se inicia na França, na segunda metade do século XIX, fortemente marcada pela derrota na guerra franco-prussiana e pela pesquisa histórica alemã, traz como método uma história constituída pela existência dos documentos, sobretudo escritos.
  • E Promoveu a institucionalização da disciplina História na Universidade com uma prática epistemológica que objetivava romper com a história política e dos eventos, tendo como características centrais a percepção do social em detrimento do individual, inserção em novos e diferentes campos, além do político, o econômico, o social e o cultural, pressuposto de uma história problema em substituição à tradicional história narrativa, dos acontecimentos essa era a abordagem da Nova História, a terceira geração do grupo da Escola dos Annales.

Qual das seguintes opções melhor descreve o trabalho do historiador?

  • A Estudar apenas eventos contemporâneos;
  • B Analisar e interpretar fontes históricas para entender o passado;
  • C Prever eventos futuros baseando-se em dados históricos;
  • D Criar narrativas fictícias sobre o passado.

A respeito das concepções do pensamento histórico, da dinâmica historiográfica e de sua influência no ensino da história, julgue o item a seguir.


A trajetória do movimento dos Annales é marcada por três fases: a primeira privilegiou a história econômica e social; a segunda priorizou a história econômica em detrimento da história social; e a última, ainda atual, se caracteriza por aspectos interdisciplinares e multidisciplinares.

  • Certo
  • Errado