Resumo de Sociologia - Sociedade Estamental

Falar sobre sociedade estamental é mergulhar um pouco na história e relembrar o contexto econômico e social da Europa durante a Idade Média. Isso porque, nesse período, a sociedade era dividida por categorias, separando indivíduos de acordo com suas tradições familiares e valores conquistados a partir de privilégios.
E é justamente esse o conceito desse termo: estrutura social organizada a partir da posse de bens e dos prestígios do berço familiar. Além dessas características, nessas sociedades não havia possibilidade de ascensão.
A figura simbólica do triângulo demarcando as posições do rei (topo), seguido do clero e da nobreza e, por fim, dos servos (base) é uma imagem clássica do estudo sobre a organização por estamentos. Confira como era esse sistema e entenda mais sobre a sociedade estamental.

Sociedade Estamental na Idade Média


Entre os séculos V e IX, no período chamado Alta Idade Média, a Europa Ocidental passou por várias transformações sociais e econômicas devido à crise do Império Romano. Foi nessa época que surgiu o feudalismo, sistema marcado pela divisão social das classes e acordos realizados entre o senhor feudal e os seus servos.
Nessa fase, apesar do rei ser o dono do poder e símbolo importante da política na sociedade, sua figura tornou-se enfraquecida. Em contrapartida, a igreja católica ganhou forças e passou a ser detentora de boa parte da terra, que era a principal fonte de renda. Além da concentração de riqueza, os membros da igreja (clero) assumiam ainda o papel de organizar a sociedade e definir os direitos e deveres de cada cidadão.
Em sua organização social e econômica, os senhores feudais eram os nobres, pois eram os maiores proprietários de terra cultiváveis e rentáveis. Já os camponeses, que trabalhavam nos feudos em troca de abrigo e proteção, eram considerados servos.
Por essa composição baseada no status social, a sociedade nesse período passou a ser chamada de sociedade estamental. Composta por essas três classes (clero, nobreza e servos), a mobilidade social não existia, pois havia uma relação de fidelidade imposta pela doutrina católica, na qual os donos de terra só poderiam doar parte dela a outro nobre. Dessa forma, demarcava-se de forma permanente a posição dos indivíduos entre os estamentos.





Sociedade de Classes 

Muitos fatores colaboraram para o fim da sociedade estamental e início da sociedade de classes. A crise do sistema feudal, a intensificação do comércio e crescimento das cidades medievais, além das descobertas e transformações nos cenários cultural, religioso, político e científico influenciaram no comportamento do povo europeu.
No decorrer da história, o processo de desenvolvimento industrial e em seguida do capitalismo, tornaram-se então destaques dentre as causas que levaram os indivíduos a ocuparem posições de acordo com suas condições socioeconômicas.
Apesar das mudanças consideráveis no modo de vida e da possibilidade de mobilidade social existente na sociedade de classes, essa estratificação segue uma hierarquia que guarda resquício do modo de distribuição de riquezas observado na sociedade estamental: os donos dos meios de produção compõem a classe alta, sendo eles a minoria, e os trabalhadores assumem a posição de classe baixa, sendo eles a maioria.
Como consequência dessas diferenças entre as classes sociais, a desigualdade entre os indivíduos tornou um objeto de estudo no âmbito da Sociologia. Embora a condição financeira ou material influencie bastante no modo de vida e na realidade de cada um, não é considerado o único critério para ocupar determinada posição na pirâmide social.
Nesse contexto, muitos quesitos são levados em conta ao definir qual camada social determinado grupo de pessoas ocupa. Inclusive, o conceito de estratificação social está relacionado a esse conjunto heterogêneo que envolve os diferentes sujeitos, tais como gênero, idade, crença religiosa, nível educacional, profissão, moradia, além de outros.

Estratificação Social

Esse é o campo de estudo voltado à classificação dos indivíduos na sociedade, tomando como base o seu poder aquisitivo e status. Ela representa a distribuição desigual de recursos e a existência de grupos de pessoas em posições diferentes.
Essa divisão social pode ocorrer de diversas maneiras, como no caso das classes sociais estabelecidas nos dias atuais. No Brasil, existem três categorias: classe alta ou classe A, classe média, conhecida também como classe B e C, e a classe baixa, considerada a classe D e E.
Outro tipo de estratificação são os estamentos existentes na Europa no período da Idade Média, organizados em clero, nobreza e servos. E há ainda o modelo de castas, que se assemelha com a sociedade estamental pela impossibilidade de mobilidade social.
A Índia, por exemplo, seguia esse modelo de divisão social até recentemente, tendo os grupos divididos a partir da hereditariedade e baseados na religiosidade e na vida social hindu. Além de privilégios cedidos às castas superiores, o sistema permitia a repressão às castas inferiores. Ainda existiam aqueles que não pertenciam a nenhuma casta, sendo considerados “intocáveis” e por isso eram excluídos da sociedade.

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