Resumo de Química - Radioatividade

Radioatividade: Reações de Fissão e Fusão Nuclear, Desintegração Radioativa e Radioisótopos.

A Radioatividade é um fenômeno que pode ser de origem natural ou artificial. Nele, substâncias ou elementos químicos propagam energia de um lugar a outro, por meio de vácuo ou por meios materiais.

Isso pode acontecer através de ondas eletromagnéticas ou partículas. Essas radiações são capazes de ionizar gases, criar fluorescência, atravessar corpos que sejam opacos à luz e impressionar placas fotográficas.

O processo de radioatividade é um tipo de energia nuclear, que é a energia liberada em uma reação nuclear, ou seja, quando núcleos atômicos entram em transformação. Isso acontece quando átomos, como o rádio, o urânio e o tório, entram em instabilidade, e seus núcleos começam a perder partículas alfa, beta ou raios gama.

Considera-se radioatividade natural ou espontânea a que se dá por meio de elementos radioativos e em elementos da natureza, como os isótopos. Esses são variantes de um elemento químico, ou seja, um conjunto de átomos que possuem o mesmo número de prótons em seu núcleo atômico.

Já a radioatividade artificial ou induzida é a que é provocada por transformações nucleares artificiais, como o fósforo-30 e o iodo-131.

A radioatividade começou a ser descoberta em 1895 pelo físico alemão Wilhelm Konrad Röntge que, de maneira acidental, descobriu um tipo de raio que o possibilitou ver dentro do corpo. Ele o denominou de Raio X, por não conhecer exatamente de onde vinha.

Um outro físico, dessa vez francês, chamado Henri Becquerel, realizou no ano seguinte, novas descobertas envolvendo os raios. Mais tarde, em 1898, as descobertas do casal Pierre Curie e Marie Curie trouxeram novas descobertas para a área, batizando-o de radioatividade.

As leias da radioatividade

A 1ª Lei da Radioatividade ou 1ª Lei de Soddy diz que quando um isótopo radioativo, um átomo com muita energia nuclear, emite uma partícula alfa, faz surgir um elemento novo, diminuindo duas unidades do seu número atômico e quatro unidades do seu número de massa.

A 2ª Lei da Radioatividade ou 2ª Lei de Soddy diz que quando um isótopo radioativo emite uma partícula beta, seu número atômico aumenta em uma unidade, enquanto o seu número de massa praticamente não sofre alteração alguma. A desintegração de um nêutron no núcleo de um radioisótopo gera um próton, uma partícula beta, um antineutrino e radiação gama.

Alfa, Beta e Gama

Descobertas em 1900 por Ernest Rutherford (1871 – 1937), físico neozelandês, as emissões radioativas são as mais comuns.

O físico colocou uma amostra de polônio em um bloco de chumbo que tinha apenas uma entrada e fez com que as suas radiações fossem dirigidas através de duas placas carregadas de forma eletrônica, com direção a uma placa coberta com sulfato de zinco, que emana luminosidade quando entra em contato com radiação.

Rutherford identificou três emissões diferentes.

Foi denominado de alfa (α) a radiação com carga positiva. Ela é constituída por dois prótons e dois nêutrons. O papel alumínio é uma barreira e não permite a sua penetração.

Recebeu o nome de beta (β) a radiação com carga negativa. Essa, é parecida com os elétrons. Consegue ultrapassar o papel alumínio, mas é barrada pela madeira.

Por fim, foi chamada de gama (γ) a radiação que não era muito enérgica, porém potente, conseguindo atravessar o corpo humano. Os raios gama são detidos apenas por uma parede grossa de concreto ou algum tipo de metal. Por essas razões, ela apresenta riscos à saúde, pois pode provocar má formação nas células.

Acidente radiológico de Goiânia

Um dos casos mais conhecidos sobre acidentes resultados do mau manuseio de produto radioativo aconteceu no Brasil e ficou conhecido como Césio 137. Em setembro de 1987, na cidade de Goiânia, Goiás, duas pessoas encontraram abandonado em um ferro velho um aparelho de radioterapia.

Os catadores desmontaram a máquina e a venderam como sucata. Porém, a máquina continha uma cápsula com cloreto de césio, um sal originado do césio e do cloro, chamado de radioisótopo 137.

Ao abrirem a caixa onde ficava a cápsula, foi espalhado para diversas pessoas o rastro de radiação. Seis pessoas morreram em decorrência do acidente. Quatro morreram por adquirirem doenças causadas pela radiação e pelo contato direto com o césio, e outras duas outras pessoas adquiriram doenças e morreram mais tarde, com a influência da radiação e de outras doenças.

A Associação das Vítimas do Césio 137 estima que cerca de 104 pessoas tenham morrido nos anos seguintes por causa da contaminação e cerca de 1.600 tenham sido afetadas diretamente. O caso foi considerado nível 5 de 7, pela Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES).

Além desse caso, vários outros episódios ficaram conhecidos pelo mundo. O acontecimento mais famoso e com mais vítimas é o acidente de Chernobyl. Em abril de 1986 na Ucrânia, o reator de uma usina apresentou defeitos e liberou uma fumaça com 70 toneladas de urânio e 900 de grafite no ar.

O acidente atingiu várias cidades próximas a Cherobyl, levando cerca de 25 mil pessoas à morte, entre doenças e suicídios, além de outras 70 mil que adquiriram sequelas graves pela exposição a radioatividade.

O acidente mais recente aconteceu em 2011 na cidade de Okuma, no Japão. Três dos seis reatores da usina de Fukushima foram afetados por um tsunami. O acidente é o segundo maior da história, com nível 7 na escala da INES, ficando ao lado do acidente em Chernobyl. Entretanto, não há mortes diretas atribuídas ao acidente.

É importante ressaltar que a radioatividade, apesar de perigosa, é utilizada para fins importantes, como a radioterapia, tratamento faz uso de raios ionizantes no tratamento contra o câncer, principalmente contra tumores malignos. Nele, a radiação de forma controlada e direcionada impede que as células do tumor aumentem.

A aplicação, que não causa dor na aplicação, pode controlar e até curar quem passa pelo processo, e pode ser aplicada em conjunto com outros tratamentos e medicamentos, a depender da doença.