Resumo de Sociologia - Preconceito Social

Um tratamento desigual destinado às pessoas de baixa renda

O preconceito social, também conhecido por preconceito de classe consiste em tratar as pessoas de modo diferente somente por causa da sua situação econômica, nível de escolaridade e acesso a renda e bens de serviço.
Esse tipo de preconceito é destinado, principalmente, às pessoas de classe econômica baixa e que são tidas como incapazes ou menos eficientes. O preconceito social resulta em uma discriminação extremamente excludente. As pessoas de baixa renda não têm acesso aos mesmos espaços daquelas que são das “classes mais altas”, vivendo em um constante isolamento social. 
Além de isolados, esses indivíduos também precisam viver com os estigmas e estereótipos que os rodeiam. Em países como o Brasil, onde todo o processo de expansão e desenvolvimento se deu através de um sistema desigual, é muito difícil que as pessoas consigam ascender economicamente, ou seja, não há mobilidade social ou ela é pouco significativa. O que ainda presenciamos é um hereditário, no qual todas as gerações daquela família são membros da mesma classe. 

Origem do Preconceito social

O preconceito social nasce junto com a formação das classes sociais. Já o conceito de classe social é uma categoria histórica com origem no século XIX. Nesse sentido, o termo faz parte do cenário das sociedades ocidentais industrializadas.

No período anterior à industrialização, quando se pensa no sistema feudal da Europa Medieval, já existia uma distinção entre as camadas sociais, que ficavam divididas entre suserania e vassalagem ou senhor e vassalo. Mas com a chegada do capitalismo, esse sistema mudou, criando duas novas categorias: burguesia e proletariado.

A distinção entre esses dois grupos foi descrita por Karl Marx. De um modo geral, ele as distinguia da seguinte forma: a burguesia era a dona dos meios de produção, enquanto o proletariado era responsável pela força de trabalho. 

Para Marx, essa diferença entre as duas classes é um elemento determinante para a discriminação social, principalmente no que diz respeito à possibilidade de acesso dos bens de serviço. O sociólogo afirmava que, raramente, o responsável pela produção do material, tinha acesso a ele, o que aumentava a desigualdade social. 

 
Mas ao se discutir o problema de classe no âmbito sociológico, devemos considerar outros fatores para além da luta de classes, embora esse elemento seja muito importante. Ao ampliar esse debate para outras esferas que não é a econômica, é possível visualizar essa diferença em toda a estrutura social. Além dos níveis de renda, a escolaridade, a assistência médica, a cultura a qual tem acesso, o tipo de trabalho que a pessoa executa, onde ela mora, tudo isso influencia o modo como somos vistos perante os outros. 


Um exemplo que torna isso evidente está no preconceito envolvendo as pessoas do campo. Existe uma ideia de que os grandes centros urbanos e as pessoas que vivem nele são mais desenvolvidas do que as pessoas que moram no interior. 


Da mesma forma, dentro de uma mesma empresa, alguns funcionários podem achar que são mais importantes que os demais, por conta da posição que ocupam, embora sejam todos proletários. Isso reflete diretamente no modo como eles se relacionam dentro do mesmo espaço e em como eles enxergam o outro. 


É muito comum perceber que cada classe mantém um estereótipo negativo sobre as outras. Voltando ao exemplo do trabalho, pode-se afirmar que a classe trabalhadora acredita que os que pertencem às camadas mais altas não trabalham de fato, porque não fazem os produtos com as próprias mãos.


Do outro lado, os membros da classe alta não valorizam o que é feito pela anterior, pois consideram que a função que eles executam é grosseira, rudimentar e indigna. Essa visão dicotômica da sociedade tem gerado várias tensões ao longo dos anos, porque, embora essas classes sejam interdependentes, existe um conflito de interesses entre elas. 


Preconceito de classe no Brasil


A posição social dos indivíduos, seu acesso a renda, padrão de vida, acesso a bens materiais, condições de trabalho, nível de escolaridade e cultura tem gerado diferenças profundas entre as classes sociais


As pessoas que são vítimas da condição econômica tem de lidar todos os dias com as várias formas de hostilidade a qual estão submetidas. De acordo com uma pesquisa realizada em dezembro de 2019 pelo Data Folha, 30% dos brasileiros afirmaram ter sofrido algum tipo de preconceito por sua classe social ou condição financeira, um dado que só evidencia o quanto as diferenças afetam as relações sociais. 

 
Para mudar esse cenário, é preciso investir em políticas que contribuam para o desenvolvimento das populações marginalizadas e também em formas de promover uma conscientização pública e coletiva, com ações que promovam o combate ao preconceito social e a discriminação.

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