Conceito e contexto histórico
A hierarquia social refere-se às posições que os indivíduos ocupam na sociedade. Pode-se dizer ainda que seu conceito está atrelado às divisões de níveis existentes dentro da estrutura social, levando-se em consideração diversos fatores, tais como: gênero, raça e etnia.
Historicamente, a hierarquia social já fazia parte das civilizações antigas, destacando, sobretudo, as condições econômicas das famílias. Durante o Feudalismo, por exemplo, a sociedade era dividida em três classes sociais: o clero (membro principal da igreja católica), a nobreza (representada pelos senhores feudais) e os servos (camada pertencente aos camponeses).
Tais diferenças são responsáveis pela criação de status e consequentemente da criação de uma estratificação social que, mesmo nos dias atuais, ainda permanecem divididas em categorias semelhantes à época feudal: classe alta, classe média e classe baixa. A diferença destas classificações entre a Idade Média e a Idade Contemporânea está na possibilidade dos grupos prosperarem e atingir a camada social mais elevada (mobilidade social ascendente) ou o contrário (mobilidade social descendente).
Com a expansão do capitalismo entre os séculos XVIII e XXI, a sociedade sofreu diversas transformações, desde os padrões de vida até os hábitos culturais e interesses das classes. Com isso, também intensificou-se as desigualdades sociais. Para sociologia, esse é o ponto de partida para compreensão da existência de separação de grupos.
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Campos de estudo
Karl Marx, filósofo e economista alemão, dedicou os estudos a essas classificações. Para ele, as classes sociais são resultantes da posição assumida pelos indivíduos na cadeia produtiva e de maneira objetiva definiu que só existem dois níveis de ocupação: aqueles que oferecem a força de trabalho (proletário) e aqueles que exploram essa força e recebem os lucros (burguesia). Marx era contra o monopólio de poder econômico da burguesia e tornou-se conhecido pelas fortes críticas à dinâmica do capitalismo.
Max Weber, considerado um dos pais da Sociologia Clássica, foi outro estudioso da área que levantou questionamentos acerca da hierarquia social. Na sua visão, as distinções de classes na sociedade têm influências de vários fatores e não apenas o econômico. Inclui-se ainda o status e o poder de um indivíduo conseguir se sobrepor a outro em um determinado grupo.
São levados em consideração nesses casos os prestígios proporcionados pela educação, hábitos culturais, amizades, atuações políticas e até mesmo por estilos de vida adotado, por exemplo.
Representação gráfica
Para representar a hierarquia social costuma-se utilizar a imagem de uma pirâmide, onde a sua base, mais larga, representa a maioria dos indivíduos de uma sociedade (classe baixa). A parte do meio da figura e o seu topo equivalem à concentração dos grupos de classe média e alta, respectivamente. O formato da pirâmide remete à possibilidade de ascensão do indivíduos e suas classificações podem ser feitas a partir de diversos critérios, como renda, escolaridade e qualidade de vida, por exemplo.
Hierarquia Social no Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é um dos órgãos oficiais que realiza pesquisas de domicílio para avaliar e classificar os grupos sociais no país.
Geralmente, para "desenhar" a pirâmide que representa a hierarquia social no Brasil, são levados em consideração a remuneração recebida pelos membros da família, mas há possibilidade de ser realizado outros estudos incluindo fatores diversos, a exemplo da localização da residência e bens disponíveis no imóvel, como automóveis, TV, máquina de lavar, geladeira, além de outros itens.
As classes sociais brasileiras são divididas em A, B, C, D e E, sendo a “A” a mais alta e a “E” a mais baixa. A classificação também segue como parâmetro o valor do salário mínimo em vigência no Brasil, R$ 1.045 (novembro/2020).
Se a soma de todos os rendimentos da família for de até dois salários mínimos, esse indivíduo pertence à classe E. Para aqueles cuja renda familiar varia entre dois e quatro salários mínimos, o órgão os classificam como classe D; estão na classe C o grupo familiar que totaliza o rendimento entre quatro e dez salários mínimos.
Já as famílias da classe B somam os rendimentos entre 10 e 20 salários mínimos e no topo da pirâmide encontra-se a classe A, representada pelo grupo que possui renda acima de 20 salários mínimos.