Resumo de Sociologia - Darwinismo Social

Entenda essa teoria e suas implicações na sociedade


Darwinismo Social é o nome dado a uma teoria que tenta entender as sociedades humanas e as relações possíveis entre elas. Embora não seja uma produção intelectual do biólogo britânico Charles Darwin, essa teoria recebe o seu nome devido à tentativa de aplicar pressupostos da teoria da evolução - que diz respeito às características biológicas dos seres vivos - ao contexto social.
A perspectiva pregada pelos adeptos do Darwinismo Social considera a extinção de algumas sociedades como parte integrante do processo evolutivo. Desse modo, o princípio de seleção natural de que fala Darwin se aplicaria às sociedades. Essa perspectiva teórica tem as ideias de progresso e hierarquização racial como centrais para o entendimento das relações entre as sociedades. O Darwinismo Social surgiu no século XIX e tem Herbert Spencer como principal mentor.

 O que diz o Darwinismo Social


O Darwinismo Social prega uma ideia de hierarquia entre as sociedades. Desse modo, seria possível falar que determinada sociedade é superior a outra. Essa hierarquização estaria associada a uma dinâmica competitiva existente entre os indivíduos. Nesse contexto, somente aqueles que apresentam maior aptidão física e intelectual seriam capazes de sobreviver socialmente. Com as sociedades, as mais desenvolvidas teriam a função legítima de governar as demais.
É possível observar que o Darwinismo Social apresenta uma aplicação enviesada da teoria da evolução proposta por Darwin. Isso se dá porque, em primeiro lugar, a teoria proposta pelo biólogo britânico diz respeito às espécies e não às sociedades como um todo, como propõe o Darwinismo. Em segundo lugar porque Darwin não constrói relações hierárquicas entre as espécies a partir da evolução. 
Na teoria da evolução, as espécies evoluem por uma necessidade de adaptar-se a contextos específicos. Cada espécie evolui de acordo com as alterações ocorridas no ambiente em que vivem ou passam a viver. Sendo assim, um grupo que migra para uma região mais quente ou mais fria e se adapta a esse novo ambiente não pode ser considerado superior ao grupo que se manteve na região anterior. 
Devido às inconsistências entre a teoria biológica e o pensamento social, alguns autores preferem chamar a doutrina encabeçada pelo antropólogo inglês Herbert Spencer de spencerismo social



As implicações da doutrina no mundo


As ideias pregadas por essa doutrina estiveram presentes em diversos processos históricos que, inclusive, contribuíram para a sua disseminação. Nesse aspecto, faz sentido mencionar o processo imperialista realizado pelas sociedades europeias no continente americano e na África. As nações que estiveram à frente do processo colonial acreditavam ser superiores às sociedades nativas que encontravam nos continentes explorados.
E, por isso, se viam no dever legítimo de explorar e até mesmo exterminar essas sociedades. Como sabemos, a colonização europeia implicou a aniquilação de diversas culturas e tradições. Algumas comunidades foram totalmente extintas por tentarem resistir à dominação empreendida pelos colonizadores. De acordo com estimativas, somente no Brasil, antes da chegada dos portugueses, existia 5 milhões de indígenas. Atualmente, eles não correspondem a metade dessa população. 
O Darwinismo Social também apresenta uma forte associação com a disseminação das ideias racistas. Como já foi dito, essa teoria pregava a existência de sociedades superiores às outras. E a atribuição do status de superioridade estava sempre associada às comunidades brancas, europeias. Os povos negros, comunidades indígenas e orientais sempre ocupavam estratos mais baixos na hierarquização promovida por essa teoria.
Na história da humanidade, o pressuposto de superioridade racial esteve presente no nazismo, ocorrido na Alemanha, e no fascismo, que se deu na Itália. No primeiro caso, foi marcante a perseguição e morte de milhares de judeus, além de homossexuais e negros, que eram vistos como inferiores. Para a ideologia nazista, liderada por Adolf Hitler, a raça ariana possuía o status de superioridade frente as demais. O fascismo italiano, por sua vez, pregava o ideal de pureza racial e afirmava que a mistura entre raças era uma forma de contaminação.
Diferente do que era pregado pelo Darwinismo Social e pelas ideologias estruturadas a partir dessa doutrina, a existência de raças humanas nunca foi cientificamente comprovada. Pelo contrário, a ciência reconhece a existência de apenas uma raça, a raça humana. Contudo, socialmente, são observadas desigualdades e hierarquias entre grupos de indivíduos que possuem traços fenotípicos distintos. É o que acontece no Brasil, por exemplo, onde pessoas negras ocupam as piores posições no que diz respeito à garantia de direitos humanos, como saúde, educação, segurança e outros. 

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