Questão 16 Comentada - Regime Próprio de Previdência Social de São José do Rio Preto (RIOPRETOPREV) - Analista Previdenciário - Assistente Social - FCC (2019)

Lá vem a “profeitura”


Por alguma razão, quando meninos falávamos (os da minha rua e cercanias) “profeitura”, em vez de prefeitura. Talvez o equívoco tenha sido motivado pelo medo: temíamos a passagem por nossa pracinha de uma caminhonete oficial do município que volta e meia levava nossa bola embora: era proibido jogar futebol ali. Era quando a gente gritava − “olha a profeitura!” − pra ver se ainda dava tempo de sair correndo e salvar nossa bola.

Logo aprendemos a palavra certa, mas daí não jogávamos mais bola na pracinha, nem tínhamos mais medo da chegada da “profeitura” − esta certamente ficara escondida no porão de algum castelo de monstros, pronta para fazer cumprir a lei, sair rápido da caminhonete e confiscar a bola de moleques teimosos.

As palavras não valem sempre pelo que são ou dizem, em seu real significado; valem também pela impressão que causam, e muitas só ganham intensidade na boca dos meninos que não conhecem bem todas elas e por isso inventam as que mais os impressionam.

(Dionísio Alvarenga, inédito)



No último parágrafo do texto, conclui-se que as palavras

  • A atingem sua maior repercussão quando utilizadas em seu sentido próprio.
  • B costumam ser inventadas sem qualquer relação com palavras já existentes.
  • C podem ganhar um sentido especial a partir de sua apropriação pelos falantes.
  • D devem valer sobretudo pelo que significam nos dicionários já reconhecidos.
  • E admitem vários significados quando utilizadas por quem bem as estuda.