Outono
O outono de azulejo e porcelana
Chegou! Minha janela é um céu aberto.
E esse estado de graça quotidiana
Ninguém o tem sob outros céus, decerto!
Agora, tudo transluz... tanto mais perto
Quanto mais nossa vista se alontana...
E o morro, além, no seu perfil tão certo,
Até parece em plena via urbana!
Tuas tristezas... o que é feito delas?
Tombaram, como as folhas amarelas
Sobre os tanques azuis... Que desaponto!
E agora, esse cartaz na alma da gente:
ADIADOS OS SUICÍDIOS... Simplesmente
Porque é abril em Porto Alegre... E pronto!
Mário Quintana. Preparativos de viagem. 2.ª ed.
São Paulo: Editora Globo, 2004 (com adaptações).
No poema Outono, o eu lírico
- A deplora a chegada do outono em Porto Alegre, revelando intenções suicidas.
- B afirma que o outono é um convite a incursões nos morros que circundam Porto Alegre.
- C descreve não somente as próprias emoções, como também as de outras pessoas.
- D deleita-se com a chegada do outono em Porto Alegre, identificando suas emoções com aquelas vivenciadas por pessoas que vivem sob outros céus.
- E considera que a queda das folhas amarelas sobre os tanques azuis representa um alento para pessoas tristes.