Aponta Raymundo Faoro, em sua obra seminal Os donos do poder, que:
De d. João I a Getúlio Vargas, numa viagem de seis séculos, uma estrutura político-social resistiu a todas as transformações fundamentais, aos desafios mais profundos, à travessia do oceano largo. O capitalismo politicamente orientado – o capitalismo político, ou o pré-capitalismo –, centro da aventura, da conquista e da colonização moldou a realidade estatal, sobrevivendo e incorporando na sobrevivência o capitalismo moderno, de índole industrial, racional na técnica e fundado na liberdade do indivíduo – liberdade de negociar, de contratar, de gerir a propriedade sob a garantia das instituições.
(Faoro, Raymundo. Os donos do poder. São Paulo: Companhia das Letras, 2021)
Uma tese central das análises de Raymundo Faoro sobre a formação do estado brasileiro consiste em defender que
- A os donos do poder lutaram, desde o Brasil colônia, contra a lógica patrimonialista europeia.
- B a história sociopolítica brasileira revela a relação indissociável entre o Estado e a Nação.
- C a herança neopositivista influenciou as instituições políticas brasileiras no período colonial.
- D os estamentos burocráticos das instituições políticas brasileiras distanciaram-se da nação.
- E o monetarismo herdado das instituições portuguesas organizou a formação do Estado brasileiro.