Questão 1 Comentada - Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) - Assistente Técnico - Defensoria - Assistente Técnico - Suporte - FCC (2018)

Literatura e escola
       Na escola, a leitura de textos literários pode se tornar apenas uma tarefa de Português, uma obrigação – e lá se vai, se assim for, o prazer da leitura. O ser humano gosta de pensar que decide o seu destino, e só acredita que poderá ser feliz quando apenas sua vontade estiver no comando. Mas sou obrigado a confessar: algumas vezes fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura.
     Toda a questão está em que haja uma boa combinação de fatores: ler certo texto, em certa idade, com a motivação pessoal de certos interesses. Todos esses “certos” são muito variáveis, mudam de pessoa para pessoa − mas a gente sabe quando a combinação resulta positiva: saímos satisfeitos com a descoberta de um mundo que não conhecíamos, que nem sabíamos ser possível, e que somos capazes de incorporar ao nosso próprio mundo, agora maior que antes.
      A experiência da literatura é insubstituível: nenhuma arte nos dá tanto o que pensar e sentir quanto essa que, contando com não mais que palavras, nos leva para todas as histórias, todas as geografias, nos embarca em todas as viagens e sensações. Não importa o avanço da tecnologia e de suas ofertas miraculosas: uma escola não pode deixar de proporcionar ao jovem a oportunidade de encontrar dentro de si a revelação de um mundo que certo livro, em certa idade, por conta de certos motivos, lhe oferece com tal intensidade que lhe deixará o vivo desejo de ler mais, de ler muitos outros mais.
(Ariovaldo Passos da Cunha, inédito


No primeiro parágrafo defende-se a tese de que a leitura de textos literários, na escola,

  • A deve ser vista como o cumprimento de uma atividade aborrecida mas necessária.
  • B acaba sendo uma prova de que muitos jovens só encontram sentido no que fazem sob coação.
  • C pode converter-se numa experiência prazerosa, ainda quando seja uma tarefa compulsória.
  • D redunda em alto grau de satisfação quando os alunos participam da escolha dos autores.
  • E revela-nos nosso destino, que é o de virmos a apreciar as coisas que os outros já apreciam.