MAQUINOMEM
O homem esposou a máquina
e gerou um híbrido estranho:
um cronômetro no peito
e um dínamo no crânio.
As hemácias de seu sangue
são redondos algarismos.
Crescem cactos estatísticos
em seus abstratos jardins.
Exato planejamento,
a vida do maquinomem.
Trepidam as engrenagens
no esforço das realizações.
Em seu íntimo ignorado,
há uma estranha prisioneira,
cujos gritos estremecem
a metálica estrutura;
há reflexos flamejantes
de uma luz imponderável
que perturbam a frieza
do blindado maquinomem.
Helena Kolody
Percebe-se no poema
I. sugestão de que a junção do homem com a máquina, o maquinomem, acaba por gerar um ser desprovido de qualquer sensibilidade.
II. apologia à eficiência do híbrido homem-máquina.
III. enaltecimento à mecanização do trabalho humano.
IV. crítica à ideia de que o homem possa pensar e reagir tal qual uma máquina.
Atende ao enunciado APENAS o que consta em
- A I e IV.
- B IV.
- C II e III.
- D II.
- E I.