Não é fácil ser um organismo. Em todo o universo, pelo que sabemos até agora, só existe um lugar, um posto avançado discreto da Via Láctea chamado Terra, que sustentará você e, mesmo assim, com muita má vontade.
Do fundo da fossa oceânica mais profunda ao topo da montanha mais elevada, a zona que abrange quase toda a vida conhecida, existem menos de vinte quilômetros ― não muito se comparados com a vastidão do cosmo como um todo.
Para os seres humanos, a situação é ainda pior, porque pertencemos por acaso ao grupo de seres vivos que tomaram a decisão precipitada, mas ousada, 400 milhões de anos atrás, de rastejar para fora dos oceanos, tornando-se terrestres e respirando oxigênio. Em consequência, nada menos que 99,5% do espaço habitável do mundo em termos de volume, de acordo com uma estimativa, estão fundamentalmente ― em termos práticos, completamente ― fora do nosso alcance.
Não se trata apenas de que não conseguimos respirar na água, mas de que não suportaríamos as pressões. Como a água é cerca de 1.300 vezes mais pesada que o ar, as pressões aumentam rapidamente à medida que se desce ― o equivalente a uma atmosfera para cada dez metros de profundidade. Em terra, se você subisse em uma construção de 150 metros ― a catedral de Colônia ou o monumento de Washington, digamos ―, a mudança de pressão, de tão pequena, seria imperceptível. No entanto, à mesma profundidade na água, suas veias se contrairiam e seus pulmões se comprimiriam até ficar do tamanho de uma lata de refrigerante.
No que se refere às estruturas linguísticas do texto II e às ideias nele desenvolvidas, julgue o próximo item.
O texto trata das dificuldades orgânicas, físicas e sociais impostas aos seres vivos para a sua sobrevivência no ambiente planetário.
- Certo
- Errado