Com a chegada da televisão às campanhas eleitorais, o eleitor expõe-se, por meio do vídeo, a um grande número de candidatos e quase diariamente pode julgar o desempenho de cada um deles. Além disso, informa-se sobre a situação relativa de cada candidato nas prévias eleitorais e assiste aos desdobramentos da campanha. Assim, participa cada vez menos dos comícios públicos, e é em sua sala de visitas que se informa e debate com os familiares as novas informações obtidas. A decisão para o voto centra-se diariamente em novas bases, o que introduz mais um fator para a volatilidade do voto nas eleições com o domínio da televisão. Volatilidade e alto número de indecisos são, entre outros aspectos, produto da campanha moderna centrada na televisão: as decisões podem ser deixadas para o final, porque sempre poderá haver um fato a influenciá-las. E é exatamente nesse clima que a televisão introduziu o clímax de uma campanha: o debate entre os candidatos. Sem ele, o eleitorado não se informaria suficientemente sobre eles.
As análises correntes afirmam que uma exposição consistente e concentrada de um eleitor a uma campanha eleitoral pela televisão depende de muitas características sociais, tais como escolaridade, sexo, idade e filiação ou participação em organizações sociais e políticas. Essas características se relacionam com outros fatores, tais como as fontes de preferência da informação política (as pessoas que leem mais material de campanha nos jornais também o fazem em revistas, rádio e televisão); os eventos (as pessoas que seguem determinados eventos de campanhas tendem a seguir outros, mesmo que sejam de candidatos aos quais se opõem); e a atenção (algumas pessoas prestam mais atenção à propaganda de uma campanha). Entre outras conclusões, esses estudos mostram que as mulheres — mais do que os homens —, os trabalhadores manuais — mais do que os não manuais — e os eleitores de menor escolaridade preferem em maior medida a TV. No entanto, permanece a questão sobre a forma dessa exposição, ou seja, a respeito do caráter passivo ou ativo da assimilação das mensagens e imagens dos candidatos.
- A A palavra “correntes" (l.19) foi empregada no texto com o sentido de corriqueiro.
- B A eliminação dos vocábulos “é" e “que" no trecho “e é em sua sala de visitas que se informa" (l. 7 e 8) prejudicaria a correção gramatical do texto.
- C A forma pronominal “las" (l.15) remete ao termo “as decisões" (l.13).
- D A substituição de “aos quais" (l.29) por que manteria a correção gramatical do texto e seu sentido original.
- E O vocábulo “Assim" (l.6) exerce função de adjunto adverbial.