Questão 4 Comentada - Procuradoria Geral do Estado do Mato Grosso (PGE-MT) - Analista - Administrador - FCC (2016)

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Pensar o outro

    A expressão “colocar-se no lugar do outro” é antes um clichê da boa conduta que uma prática efetivamente assumida. É mais fácil repetir a fórmula desse pré-requisito para uma discussão consequente do que levar a efeito o que esta implica. Quem, de fato, é capaz de se colocar no lugar do outro para bem discernir um ponto de vista alheio ao seu? Qualquer pessoa que, por exemplo, frequente as redes sociais, sabe que, numa discussão, os argumentos de um contendor não levam em conta a argumentação do outro. Em vez de se contraporem ideias em movimento, batem-se posições já cristalizadas. A rigor, não há propriamente confronto: cada um olha apenas para si mesmo. 

    Há a convicção de que aceitar a razão do outro é perder a própria. Por que não avaliar que o exame dos argumentos alheios pode ser uma forma de fortalecer os nossos? E se os nossos forem de fato mais fracos, por que não abdicar deles, acolher a verdade que está do outro lado e fortalecer-nos com ela? A dinâmica de um debate deve admitir o pensamento crítico, que é, e deve ser sempre, um pensamento disposto à crise. A vida não para de nos mostrar que é com os momentos críticos que mais aprendemos. Colocar-se no lugar do outro inclui a possibilidade de querer ficar nele: por que não admitir que a razão pode estar do outro lado? Negar o outro é condenar-nos à imobilidade – essa irmã gêmea da morte.

(MELLO, Aristides de, inédito)



É preciso corrigir a redação confusa e incorreta deste livre comentário sobre o texto:

  • A O fato de aceitarmos um debate deveria significar que estamos efetivamente dispostos a considerar as razões do outro.
  • B As razões do outro não devem de ser desconsideradas caso lhes julguemos mais frágeis do que supomos ser as nossas próprias ideias.
  • C Não é prova de fraqueza ou de inferioridade aceitar uma argumentação efetivamente mais consistente do que a nossa.
  • D A força de nossa argumentação só pode ser comprovada caso se disponha a um confronto verdadeiro com os argumentos do nosso contendor.
  • E Não há por que não abdicar de nossos argumentos se estes se revelarem mais frágeis do que os utilizados pelo outro num honesto debate.