TEXTO 1
Quando eu morder
a palavra,
por favor,
não me apressem,
quero mascar,
rasgar entre os dentes,
a pele, os ossos, o tutano
do verbo,
para assim versejar
o âmago das coisas.
Quando meu olhar
se perder no nada,
por favor,
não me despertem,
quero reter,
no adentro da íris,
a menor sombra,
do ínfimo movimento.
Quando meus pés
abrandarem na marcha,
por favor,
não me forcem.
Caminhar para quê?
Deixem-me quedar,
deixem-me quieta,
na aparente inércia.
Nem todo viandante
anda estradas,
há mundos submersos,
que só o silêncio
da poesia penetra.
EVARISTO, Conceição. Da calma e do silêncio. In: Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.
Nos versos:
“Deixem-me quedar, deixem-me quieta”
De acordo com as regras da colocação pronominal da norma padrão da língua, é uma análise correta do emprego nos versos acima a alternativa:
“Deixem-me quedar, deixem-me quieta”
De acordo com as regras da colocação pronominal da norma padrão da língua, é uma análise correta do emprego nos versos acima a alternativa:
- A A colocação pronominal depois do verbo é a forma básica de colocação pronominal, seguindo a estrutura sintática básica de uma oração: verbo seguido de complemento.
- B O uso da próclise encontra-se generalizado na linguagem falada e escrita, sendo facultativo o uso da próclise ou da ênclise, caso o verbo se encontre no início da frase.
- C A próclise deverá ser utilizada quando o verbo se encontrar no início das frases. Nesta situação, a forma correta de colocação pronominal é anterior ao verbo.
- D A colocação pronominal antes do verbo deverá ser usada em orações imperativas afirmativas.
- E A colocação pronominal deverá ser feita antes do verbo apenas quando houver palavras atrativas que justifiquem o adiantamento do pronome, como em orações reduzidas de gerúndio.