Questões comentadas das provas da Prova FLEM Concursos

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Com base no texto, identifique a alternativa que se refere à experiência bilinguismo e a diversidade linguística entre povos indígenas no Brasil:

  • A Considerar que o Nheengatu foi reconhecido como língua oficial no Brasil colonial não significa que o Tupi não tenha influenciado o português falado no país, pois, na verdade o Tupi teve grande importância na formação do nosso jeito de falar.
  • B Afirmar que as culturas indígenas são “artificiais” porque cada aldeia fala só uma língua é um erro e o que acontece é que, por questões de identidade e tradição, cada povo costuma valorizar sua própria língua, mas isso não quer dizer que suas culturas não sejam ricas ou naturais.
  • C Apesar de hoje serem faladas por poucas pessoas, as línguas indígenas brasileiras não são completamente isoladas entre si e muitas têm origem comum ou fazem parte de famílias linguísticas, ou seja, compartilham semelhanças e uma história de desenvolvimento.
  • D A variedade de línguas indígenas no Brasil, com casos de povos que falam duas ou mais línguas, mostra como as relações entre esses povos são complexas e como suas línguas foram mudando com o tempo em razão dos contatos entre diferentes culturas.
  • E As ciências linguísticas não concordam que as línguas indígenas sejam agrupadas só por motivos políticos ou de identidade e a classificação delas em famílias ou troncos linguísticos é baseada em estudos cientifícos, que analisam semelhanças estruturais e históricas.

A respeito da diversidade linguística entre os povos indígenas no Brasil e das dinâmicas de contato entre essas línguas, analise as afirmações a seguir.

I. O multilinguismo em aldeias indígenas indica que o repertório verbal de muitos indivíduos transcende o monolinguismo, possibilitando experiências de comunicação entre diferentes grupos étnico-linguísticos.
II. A noção de "tronco linguístico" refere-se a grupos de línguas cujas semelhanças indicam uma origem comum recente, o que garante a intercompreensão entre todos os seus falantes.
III. A difusão da língua Tupinambá durante a colonização portuguesa exemplifica um processo de imposição cultural que excluiu a diversidade linguística indígena pré-existente no Brasil.
IV. Apesar do processo colonizatório, línguas indígenas continuam sendo faladas no Brasil, com muitas comunidades apresentando falantes bilíngues ou multilíngues.
V. A relação entre línguas indígenas no Brasil reflete tanto influências externas quanto transformações internas, com agrupamentos que permitem identificar graus distintos de parentesco linguístico.

A alternativa que apresenta todas as afirmações corretas é:

  • A I, III e IV.
  • B I, IV e V.
  • C II, III e V.
  • D I, II, IV e V.
  • E I, II, III, IV e V.

Com base no texto, é possível compreender que a diversidade linguística indígena no Brasil

  • A surgiu majoritariamente após a chegada dos colonizadores portugueses, uma vez que o contato interétnico intensificou o surgimento de novas línguas e dialetos.
  • B é explicada pela fragmentação de troncos linguísticos antigos em línguas completamente distintas entre si, que hoje não apresentam mais qualquer grau de parentesco reconhecível.
  • C resulta de processos históricos de diversificação interna e de contato entre povos, sendo possível identificar graus variados de parentesco linguístico entre as línguas ainda faladas.
  • D foi preservada quase integralmente desde o período anterior à colonização, mantendo-se estática graças ao isolamento das comunidades indígenas ao longo do tempo.
  • E representa um caso atípico de multilinguismo, pois os indígenas brasileiros falam majoritariamente apenas uma língua por aldeia, com poucas exceções.

Com base no texto, é correto afirmar que:

  • A A política linguística do Diretório dos Índios promoveu o bilinguismo entre os povos originários, permitindo a coexistência do português e das línguas indígenas em um regime de igualdade, o que facilitou a preservação de línguas como o Kipeá.
  • B A adoção do português pelos Kiriri como língua materna decorreu de um processo espontâneo de integração cultural, não estando vinculada a estratégias políticas ou repressivas do Estado colonial.
  • C O caso dos Kiriri evidencia como o deslocamento linguístico, provocado por imposições coloniais e conflitos armados, como a Guerra de Canudos, pode levar à quase extinção de uma língua e à ruptura de sistemas culturais interligados a ela.
  • D A perda da língua Kipeá e sua posterior tentativa de revalorização demonstram que os projetos escolares modernos continuam a negligenciar o papel das línguas indígenas na construção da identidade dos povos originários.
  • E A incorporação da língua portuguesa pelos Kiriri representou uma forma de resistência ao domínio colonial, pois os indígenas passaram a dominar a língua do colonizador para se fortalecer politicamente frente à Coroa.

A respeito do processo de substituição linguística entre os Kiriri e das políticas linguísticas desde o período colonial até os dias atuais, é correto afirmar que

  • A a hegemonia da língua portuguesa entre os Kiriri se consolidou apenas após a homologação do território indígena, quando a escola indígena passou a promover o bilinguismo, tornando o Kipeá língua materna e o português como língua adicional.
  • B a substituição do Kipeá pelo português entre os Kiriri foi desencadeada pela presença dominante da religião cristã e pela resistência dos indígenas às práticas tradicionais, o que resultou em um abandono espontâneo da língua ancestral.
  • C os dados do Censo de 2010 revelam que a maioria dos Kiriri ainda falava o Kipeá como língua materna, evidenciando o sucesso das políticas de revitalização linguística promovidas desde o século XIX.
  • D a Guerra de Canudos foi responsável pelo fortalecimento da língua Kipeá entre os Kiriri, pois impulsionou movimentos de resistência e manutenção de práticas culturais e linguísticas ancestrais em oposição ao português.
  • E o Diretório dos Índios, instituído no século XVIII, teve papel central na imposição do português como única língua legítima no espaço colonial, contribuindo para o apagamento sistemático de línguas indígenas e culturas associadas.