A ideia de “interesse público” costuma ser apontada como o fundamento ético e social do jornalismo. Porém, há debates que questionam até que ponto as produções jornalísticas, sobretudo em ambientes competitivos e comerciais, conseguem de fato priorizar questões relevantes para a coletividade. Entre o que interessa ao público (aquilo que desperta curiosidade ou audiência) e o que é efetivamente de interesse público (temas que impactam direitos, deveres, políticas e responsabilidade social) há uma tensão contínua. Além disso, fatores como a influência de grupos econômicos ou políticos e a busca por audiência podem desvirtuar o compromisso com a cidadania. Considerando os desafios que envolvem a definição e a prática do interesse público no jornalismo, expressa uma compreensão teórica e prática consistente sobre essa categoria fundamental da profissão:
- A O interesse público coincide integralmente com aquilo que o público quer consumir, prescindindo de qualquer mediação ética ou reflexiva por parte dos jornalistas.
- B Toda matéria que denuncie ilegalidades ou escândalos políticos se enquadra automaticamente em interesse público, independentemente da forma ou dos efeitos sociais de sua divulgação.
- C As redações não devem se preocupar com o interesse público, pois a audiência já determina se a cobertura é relevante ou não para a sociedade, tornando desnecessário qualquer tipo de avaliação editorial sobre o tema.
- D O interesse público se constitui a partir de um processo de negociação entre as demandas coletivas, a responsabilidade jornalística de buscar a verdade e a necessidade de ponderar valores como privacidade, dignidade humana e relevância social.