Questões de Perícia Psicológica (Psicologia)

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Um psicólogo fará a perícia de uma criança de 8 anos de idade, envolvida em uma disputa de guarda particularmente beligerante. Para estabelecer uma boa comunicação com a criança, seguindo as recomendações de Delfos (2001, mencionado em Rossetti, Serrano e Almeida, 2011), o psicólogo deverá

  • A afirmar um suposto objetivo lúdico do encontro, apontando para a criança que ela pode brincar com o material disponível no ambiente.
  • B manter-se em um nível superior ao da criança, indicando-lhe que ela se encontra diante de uma figura de autoridade.
  • C deixar claro o objetivo da conversa para a criança, indicando o que se espera dela no contexto em que ela se encontra.
  • D procurar manter a conversa no nível verbal, a fim de evitar interpretações subjetivas da conduta da criança.
  • E destacar que é muito importante a criança responder ao que o psicólogo lhe perguntar, mesmo que ela prefira não abordar um tema.

Solange, mãe de Lara, em processo litigioso contra o ex- -marido, solicita a guarda unilateral da menina. No contexto do litígio, surge a acusação, por parte de Solange, de que o pai da criança teria abusado sexualmente da filha. Segundo Pelisoli e Rovinski (em Hutz et al., 2020), na perícia psicológica voltada para o esclarecimento da denúncia, é recomendável que o psicólogo

  • A converse com a criança em uma sala com muitos brinquedos e materiais de cores variadas, de modo a inseri-la em um ambiente lúdico e pouco ameaçador
  • B evite entrevistar o suposto agressor porque seu discurso será inútil, por se mostrar defensivo ou contaminado por raiva e ressentimento.
  • C entreviste os cuidadores da criança, atendo-se aos comportamentos da criança que possam indicar experiências de vitimização sexual.
  • D elabore perguntas que possam ser respondidas com “sim” ou “não”, para a criança compreender com mais clareza e facilidade o que lhe está sendo perguntado.
  • E faça uso de instrumentos capazes de conferir maior objetividade e sustentação empírica para as considerações futuras sobre o caso.

A avaliação psicológica por peritos qualificados é uma das possibilidades de produção de prova nos casos de violência sexual. A avaliação psicológica da vítima potencial pode ser solicitada diretamente por

  • A promotores de Justiça, juízes e responsáveis, no caso de menores.
  • B delegados de polícia, promotores de Justiça e juízes.
  • C promotores de Justiça, juízes e advogados.
  • D desembargadores, procuradores e promotores de Justiça.
  • E acusação, defesa e pais ou responsáveis, no caso de menores.

Com base no capítulo “Avaliação de suspeita de violência sexual”, de Pelisoli e Rovinski, incluído na obra Avaliação psicológica no contexto forense (2020, Hutz et al.), assinale a alternativa que reflete a abordagem defendida pelas autoras para lidar com esses casos.

  • A Considerar que o relato da criança pode estar contaminado por influências externas e descartar as entrevistas como método avaliativo para evitar informações baseadas em memórias falsas.
  • B Tratar os testes psicológicos como suficientes para confirmar ou descartar a suspeita, dado que via de regra são imunes à manipulação consciente por parte do examinando, seja adulto ou criança.
  • C Priorizar o relato da criança como elemento central do processo avaliativo, evitando entrevistar ou usar outras técnicas com a finalidade de avaliar psicologicamente o suposto agressor.
  • D Reconhecer que não existem instrumentos padronizados específicos para avaliar suspeitas de violência sexual, mas utilizar métodos complementares para construir uma análise mais robusta.
  • E Utilizar bonecos sexualizados como ferramenta principal para validar o relato da criança, pois eles permitem identificar indícios de violência com maior clareza quando a vítima não dispõe de repertório suficiente para relatar o evento.

Joana, uma psicóloga forense, foi designada para entrevistar Ana, uma criança de 9 anos, envolvida em um processo de disputa de guarda entre seus pais. No caso, o pai alega que a mãe influencia negativamente a filha contra ele, enquanto a mãe afirma que o pai tem comportamentos agressivos. Durante a entrevista, Joana percebe que Ana demonstra sinais de desconforto ao abordar questões familiares, mas, ao mesmo tempo, apresenta descrições espontâneas de situações vividas com os pais. Joana precisa conduzir a entrevista de forma ética, respeitando os direitos e o bem-estar de Ana, além de minimizar possíveis influências externas sobre as respostas da criança. Na visão de Cattani (mencionada em Hutz e colaboradores, 2020), uma prática ética e técnica adequada à situação seria

  • A seguir um roteiro de perguntas previamente estabelecido, para garantir que as informações coletadas estejam completas e sejam objetivas.
  • B evitar técnicas projetivas ou interações exploratórias, concentrando-se na obtenção de dados factuais que subsidiem as decisões a serem tomadas.
  • C explicar para Ana o motivo de ela estar ali, supondo que, pela idade, ela tem desenvolvimento cognitivo suficiente para entender a situação.
  • D apontar para Ana que ela deve dizer com qual dos pais ela prefere morar e os motivos para sua escolha, assegurando-lhe que sua opinião será decisiva para a definição do processo.
  • E explorar diretamente se Ana considera algum dos pais culpado pelos conflitos familiares, para obter informações claras e objetivas sobre a dinâmica entre os genitores.