Resumo de Educação Artística - Lenda da Cuca

A lenda da Cuca é uma das mais importantes do folclore brasileiro. Ela fala de uma velha bruxa, com cabeça de jacaré, que assusta e rouba as crianças bagunceiras dos seus pais.

A Cuca ficou ainda mais famosa depois que virou personagem dos livros infantis de Monteiro Lobato, que tiveram posteriormente uma adaptação para a televisão.

A origem da lenda da Cuca

A lenda da Cuca teve origem a partir de uma outra lenda, a lenda galego-portuguesa da “Coca”.

A lenda portuguesa fala de uma bruxa, fantasma ou bicho-papão que assustava crianças. A Coca era representada como uma abóbora oca, onde se faziam os buracos da boca, nariz e olhos, com uma luz ou fogo dentro. Essas “cabeças” eram deixadas na rua durante a noite para assustar quem passava. Por ser essa criatura que assustava as criancinhas, a coca era citada nas cantigas de ninar portuguesas, como essa:

“Vai-te coca vai-te coca

Para cima do telhado

Deixa dormir o menino

Um soninho descansado”

No Brasil, trazida pelos portugueses, tem-se a lenda da Cuca. Ela é muito parecida com lenda portuguesa. Também se trata de um ser mitológico que assusta as criancinhas.

Veja o vídeo sobre a lenda da Cuca:

A Cuca é representada por uma velha bruxa, com cabeça de jacaré e uma voz ensurdecedora. Antes de ter essa forma, ela era pintada em algumas regiões brasileiras como uma velha bruxa e brava, com cabelos compridos e bagunçados.

A sua lenda conta que a Cuca dorme apenas uma noite a cada sete anos de vida e o seu grito pode ser ouvido a quilômetros de distância. Assim como na lenda europeia, a lenda da Cuca é usada para assustar as crianças que não querem dormir, e isso se deve à história de que ela quase não dorme. Ela também virou tema de cantigas de ninar por aqui. Veja abaixo:

“Nana neném
Que a cuca vem pegar
Papai foi na roça
Mamãe foi trabalhar”

A lenda da Cuca também conta que ela é temida por raptar as crianças que desobedecem aos seus pais. Segundo ela, quando a Cuca completa mil anos surge um ovo perto da casa dela, que se quebra e surge uma nova Cuca. A Cuca de mil anos então, deve fazer um encantamento e se transformar em um pássaro. A nova Cuca assume o seu lugar e passa a cometer maldades ainda piores do que a anterior.

A Cuca no Sítio do Pica-pau Amarelo

A lenda da Cuca passou a ter uma maior popularidade no Brasil com a publicação dos livros infantis de Monteiro Lobato.

A série de 23 livros de literatura infantil escritas pelo autor entre 1920 e 1947 viraram a série televisiva O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que foi ao ar inicialmente na extinta TV Tupi. Em 1964 a série migrou para a TV Cultura, e em 1967 para a TV Bandeirantes. Em 1977 a Rede Globo comprou os direitos da série e a exibiu durante dez anos. Posteriormente, em 2001 e 2012, foram feitas outras versões, com o mesmo nome e personagens da antiga.

A série se passava em um sítio, que tinha como matriarca Dona Benta, uma senhora que vivia com a sua neta, Narizinho, e a empregada da casa, tia Nastácia. Pedrinho, outro neto de Dona Benta, frequentava o sítio durante as suas férias escolares. Outra integrante da casa era Emília, a boneca inseparável de Narizinho. Durante uma aventura no “Reino das águas claras”, que fica no fundo de um rio que passa pelo sítio, a boneca tomou uma pílula oferecida pelo Dr. Caramujo, e ganhou vida a partir de então, se tornando uma boneca falante.

O sítio era repleto de criaturas imaginárias e representantes do folclore brasileiro. A Cuca era uma dessas representações. Para a série de TV, ela ganhou as características de um jacaré, sempre usando uma peruca loira e comprida, e unhas enormes nas mãos e nos pés. Na série ela era uma criatura má e perversa, que vivia em sua caverna fazendo as suas poções e criando estratégias para invadir o sítio.

Veja outros personagens lendários do sítio:

Visconde de Sabugosa: era um sabugo de milho falante, um cientista inteligente, mas muito atrapalhando. Ele vivia na biblioteca e era procurado pelas crianças sempre que precisavam descobrir alguma coisa.

Marquês de Rabicó: era o leitão, animal de estimação de Narizinho. Rabicó era um comilão, que vivia fugindo de tia Nastácia, que prometia jogá-lo na panela sempre que roubava as suas comidas.

Quindim: é um rinoceronte que fugiu do circo e foi parar no sítio. Por conta do seu tamanho, foi designado por Emília para ser o “tomador de conta do sítio”.

Tio Barnabé: é um senhor, que entende muito sobre as plantas. Sempre fumando um cachimbo, ele toma conta das terras e dos animais do sítio.

Alguns personagens do folclore brasileiro aparecem com frequência nos episódios da série, como o Saci, a Iara, o Curupira e a Caipora.

Lendas brasileiras

Assim como a lenda da Cuca, o folclore brasileiro é repleto de lendas e histórias. Muito importante para a cultura brasileira, elas são transmitidas de geração em geração. Conheça alguns dos personagens mais comuns nas lendas do folclore no Brasil:

Saci Pererê: o Saci é um dos personagens folclóricos mais conhecidos. É um menino travesso, que tem uma perna só, usa um gorro vermelho e sempre fuma um cachimbo. A lenda diz que ele entra nas casas para apagar o fogo das panelas e esconder objetos pessoais. Conta-se que ele aparece sempre no meio de um redemoinho, por isso as pessoas costumam jogar uma faca quando encontram um, para afastar o Saci.

Mãe D’Água: também conhecida como Iara, a personagem tem origem indígena e é representada como uma sereia. Segundo a lenda da Iara, ela vive nos rios e passa os dias penteando os cabelos, e se olhando no reflexo da água. O seu canto atrai os homens para o fundo das águas, de onde eles não voltam mais.

Caipora: a sua lenda conta que ela é a protetora dos animais e assusta os caçadores na floresta. Ela é conhecida por gostar muito do fumo e da bebida, então os caçadores costumam fazer esse tipo de oferenda na mata, antes de iniciar a caçada.

Mula sem cabeça: é uma mula, que no lugar da sua cabeça sai fogo. A sua lenda diz que se uma mulher namorar com um padre, ela será transformada na mula-sem-cabeça.

Lobisomem: é a junção do lobo com o homem. Segundo a lenda, ele se transforma nas noites de lua cheia, atacando animais e pessoas para se alimentar, e só volta a sua forma humana na manhã seguinte, com o sol.

 

Questões relacionadas a Lenda da Cuca

+ Resumos de Educação Artística