Resumo de Educação Artística - Abaporu

Abaporu é o nome de uma pintura brasileira feita pela artista Tarsila do Amaral, no ano de 1928, como presente para o seu então marido, Oswald de Andrade. A obra, feita a óleo sobre tela, é vista por muitos como a mais importante pintura brasileira.

O trabalho de Tarsila é a principal pintura do período antropofágico do modernismo brasileiro. A obra tem o valor estimado de US$ 40 milhões. O Abaporu pertence ao Museu de arte latino-americana de Buenos Aires (Malba), na Argentina.

O nome da obra vem dos termos em tupi-guarani “aba”, “pora”, e “ú”, que significam respectivamente “homem”, “gente” e “comer”, ou seja, “Abaporu” significa “homem que come gente”. A obra tem 85 cm X 72 cm.

Na obra vemos uma figura enigmática, com pés e mãos grandes, um corpo longo e uma cabeça pequena. Para muitos críticos e estudiosos, a figura chega a ser quase não-humana. A obra conta ainda com um sol e um cacto ao fundo.

O surgimento do Abaporu

O Abaporu foi pintado pela artista Tarsila do Amaral como um presente para o seu marido na época, o poeta Oswald de Andrade. A data do aniversário do artista era 11 de janeiro. Ao se encantar com a obra o artista procurou o amigo, o poeta Raul Bopp, para interpretar a obra.

Juntos, os artistas enxergaram na figura pintada por Tarsila uma espécie de índio canibal. Eles então foram buscar referências para nomear a obra no Tupi-guarani, escolhendo o nome “Abapuru” por seu uma junção de termos na língua indígena que significava “homem que come gente”

Inspirados pela obra de Tarsila do Amaral, os artistas decidiram começar um novo movimento artístico. Os dois, renomados artistas do modernismo no Brasil, junto com o escritor Antônio de Alcântara Machado, então, fundaram a Revista de Antropofagia. O Manifesto Antropofágico, ou Manifesto Antropófago, foi publicado na primeira edição da Revista de Antropofagia, impressa em maio de 1928.

A revista teve dois momentos, tendo o primeiro circulado até fevereiro de 1929 com um total de 10 edições. No segundo momento, a revista foi publicada no jornal “Diário de São Paulo”, tendo 15 edições, entre 17 de agosto de 1929 e 1 de agosto do mesmo ano.

A obra Brasileira no mundo

Desde que foi pintada, a obra de Tarsila do Amaral tem sido exposta em diversas cidades. Foi vendida por algumas vezes, batendo recordes de pintura brasileira mais vendida por duas vezes. Atualmente a obra pertence ao Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, na Argentina. Vamos ver um pouco sobre a vida da obra e por quais as exposições ela já passou.

  • 1928 – A obra é pintada por Tarsila do Amaral como presente para o então Marido, Oswald de Andrade.
  • 1928 – Pela primeira vez, o Abaporu é mostrado em uma exposição. O fato acontece na cidade de Paris, na França.
  • 1929 – O casal se separa, e Tarsila fica com a obra, dando a Oswald em troca um quadro muito valioso para a época, “O Enigma de Um dia” de Giorgio de Chirico.
  • 1929 – A pintura é exibida em duas exposições individuais de Tarsila do Amaral, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro.
  • 1933 – O Abapuru é exibido novamente no Rio de Janeiro.
  • 1950 – É exibida no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo.
  • 1952 – Novamente exibida no MAM de São Paulo.
  • Anos 60 – A obra é vendida para Pietro Maria Bardi.
  • Anos 60 – Bardi revende a pintura para Érico Stickel.
  • 1962 – Abaporu é exposta na VII Bienal de São Paulo.
  • 1964 – A obra participa da XXXII Bienal de Veneza.
  • 1969 – O Abaporu integra a turnê “Tarsila: 50 Anos de Pintura“, e viaja por várias cidades brasileiras.
  • 1972 – A obra integra a exposição em comemoração aos 50 anos da Semana de Arte Moderna em São Paulo.
  • 1984 – A obra é vendida para Raul Forbes, um galerista, por US$ 250 mil. Na época, esse valor foi o mais caro já pago por uma obra brasileira.
  • 1995 – O Abaporu é leiloado por Forbes na Christie’s, em Nova York, por US$ 1,35 milhões, quebrando novamente um recorde nacional. O comprador da obra foi o argentino Eduardo Constantini.
  • 2001 – Eduardo Constantini funda o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, na Argentina, para onde doa a obra.
  • 2002 – O quadro volta a ser exibido no Brasil, na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo, durante a exposição Da Antropofagia a Brasília
  • 2008 – O Abaporu é exposto na Pinacoteca em São Paulo, com a exposição “Tarsila Viajante”.
  • 2011 – A obra é exibida no Palácio do Planalto, na cidade de Brasília. Segundo a sobrinha da artista, a então presidente Dilma Rousseff questionou a Eduardo Constantini quanto ele cobraria para que a obra fosse trazida de volta para o Brasil. Ele respondeu que pelo preço de US$ 200 milhões.
  • 2016 – O Abaporu é exibido na cidade do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos, no Museu de Arte do Rio (MAR).
  • 2019 – O quadro pintado por Tarsila do Amaral é exposto no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o MASP, onde a artista sempre quis que a sua obra fosse exposta.

Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral nasceu no dia 1 de setembro de 1886 na cidade de Capivari, em São Paulo. Teve sete irmãos e vinha de família rica. Estudou em São Paulo e na Espanha, onde teve seu primeiro casamento e sua única filha, Dulce. Ao se separar, voltou a morar no Brasil.

Começou a pintar em 1917, e estudou artes fora do País. Ao retornar, conheceu Anita Malfatti, que lhe apresentou a Oswald de Andrade, com quem se casaria mais tarde, Mário de Andrade, seu irmão, e Menorri Del Picchia. Esse grupo, formaria o principal grupo do movimento modernista no Brasil.

Se casou com Oswald em 1926 e, dois anos depois, pintou para ele seu quadro mais famoso: Abaporu. A artista seguiu pintando e começou a fazer exposições individuais e a participar de exposições por cidades brasileiras e de outros países.

A artista faleceu no dia 17 de janeiro de 1973 aos 86, no Hospital da Beneficência Portuguesa. Ela morreu de causas naturais e foi enterrada no Cemitério da Consolação vestida de branco, como era o seu desejo.

Principais obras de Tarsila do Amaral:

  • Abaporu – 1928
  • A Negra – 1923
  • Antropofagia – 1929
  • The Moon – 1928
  • Operários – 1933
  • O Pescador – 1925
  • A Cuca – 1924
  • Morro da favela – 1924
  • Carnaval em Madureira 1924
  • O mamoeiro – 1925
  • Manacá – 1927
  • Chapéu Azul – 1922