Resumo de Educação Artística - Expressionismo

O Expressionismo foi um movimento artístico e cultural da vanguarda europeia que surgiu na Alemanha nos primeiros anos do século XX.

A escola influenciou obras de diversos artistas plásticos ao expressar em suas telas instintos e emoções humanas.

Surgido como uma reação ao Positivismo pregado pelo Impressionismo e Naturalismo, o Expressionismo defendia a liberdade individual através da subjetividade. Dessa forma, os expressionistas procuravam representar o seu próprio mundo interior, criando um novo conceito para as Artes.

Isso provocou a extensão da escola como uma forma de captar a existência e representar em imagens o eterno da natureza e o ser humano de maneira imutável. O movimento se aproximou muito do Realismo, que também apoiava a desconstrução do perfeito.

Características do Expressionismo

O grande destaque desse movimento artístico foi no âmbito das artes plásticas, porém ele também se estendeu na música e na arquitetura.

A descaracterização do belo era representado em todos esses aspectos com a distorção de algo que era linear e objetivo. Assim, o Expressionismo encontrou uma maneira subjetiva de representar a natureza e o ser humano.

Pintura expressionista

Nas artes plásticas, o Expressionismo abusou do uso de cores irreais que tinham como objetivo dar formas a sentimentos como: amor, angústia, ciúme, etc., além de tentar provocar um domínio psicológico com a predominância de reações patéticas, trágicas e sombrias.

Os pintores da época pintavam os quadros usando técnicas de “vai e vem” com os pincéis, destacando o efeito e a espessura do traço sobre a tela, pois para eles era como se estivessem ecoando suas emoções. Porém, para algumas pessoas, os temas abordados eram considerados depravados e subversivos à sociedade.

As obras do Expressionismo se caracterizam ainda por retratar emoções sem se preocupar com a beleza da imagem. Muitas das pinturas abordam situações dramáticas, chegando a aborda-las de forma pessimista.

Edward Munch (1863-1944) é considerado o percussor do Expressionismo na pintura. Ele foi um dos primeiros artistas do século XX que conseguiu usar as cores nas telas com um valor simbólico e subjetivo, longe das representações realistas. Seus quadros exerceram grande influência para artistas do grupo “Die Brücke”.

Entre as obras de Munch, o destaque vai para a tela “O grito”. Nela, a figura humana não apresenta linhas reais, mas se contorce no efeito de suas emoções. No desenho do céu e da água, as linhas sinuosas e diagonais conduzem o olhar do observador para a boca do personagem representado na figura, que se abre em um grito perturbador.

Além de Munch, Vincent van Gogh (1853-1890) foi outro pintor do Expressionismo que se empenhou profundamente na recriação da beleza dos seres humanos e da natureza, pois para o artista a cor era o elemento fundamental da pintura.

Embora suas telas representassem elementos harmoniosos, Vincent Van Gogh foi uma pessoa muito solitária. Em seus trabalhos profissionais, ele se interessou pelo trabalho de Gauguin (outro pintor pós- impressionista) que simplificava as formas dos seres, reduzia os efeitos de luz e fazia uma representação bem simbólica dos elementos da natureza, uma das abordagens favoritas de Van Gogh.

Literatura do Expressionismo

Os livros que ganharam destaque na literatura expressionista abordavam temas com: loucura, religião, paixão, medo, guerra, repressão familiar e religiosa.

Além disso, os textos eram uma maneira de retratar o cotidiano da sociedade burguesa em palavras. Os autores mais populares do Expressionismo foram: Kurt Hilher, Georg Büchner, Frank Wedekind, August Strindberg, Franz Werfel e Georg Trakl.

Arquitetura

Na arquitetura, o Expressionismo não se revelou um movimento arquitetônico, propriamente dito, pois não foram gerados grupos sociais, e nem se destacaram atividades comuns. Os arquitetos foram estimulados apenas pela proximidade com movimentos e existências arquitetônicas de outras artes.

Dessa forma, as novas construções foram incentivadas a seguir o caminho da experimentação. Nesse processo, destacou- se o uso de novos materiais como o aço e o vidro, ampliando as possibilidades de fabricação desses materiais.

Nas construções foram valorizados o uso do figurativismo e da simbolização, principalmente no que tange ao zoomorfismo (edifícios com forma de animais) e ao antropomorfismo (edifícios com formas humanas). Em edifícios alemães, o destaque vai para a distorção de monumentos com o uso de técnicas do anamorfismo.

Música

A música expressionista foi marcada pela predominância de emoções que primavam pela separação da música de qualquer movimento externo. As melodias eram frenéticas e desconjuntadas, pois priorizavam o estado reflexivo do compositor.

Além disso, as canções eram produzidas em harmonias cromáticas, o que fazia com que a música expressionista não pertencesse a uma tonalidade específica (atonal). Nesse período, se destacou o compositor e também pintor Arnold Schoenberg.

Expressionismo no Brasil

No Brasil, o expressionismo causou uma grande influência sobre a pintura, pois os artistas também criaram obras para expressar a subjetividade na realidade social, cultural e política do país. Entre os artistas mais influentes, se destacaram:

Cândido Portinari (1903-1962)

Um dos mais importantes pintores brasileiros, Cândido Portinari buscou retratar em suas telas as mazelas da sociedade brasileira, expondo diversos temas que marcaram a História do Brasil.

Com isso, Cândido ficou conhecido mundialmente pelo seu trabalho. Em uma de suas pinturas mais famosas (“Retirantes”), o pintor retrata a migração do povo nordestino para as metrópoles.

Lasar Segall (1891- 1957)

O pintor Laser Segall foi também um dos grandes artistas do movimento expressionista no Brasil. Além de pintor, ele era escultor e gravurista. O artista estudou na Alemanha por um período e veio ao Brasil em 1912 quando realizou a sua primeira exposição individual. A partir desse momento, o Expressionismo europeu passou a ser conhecido no país.

Anita Malfatti (1889-1964)

A artista estudou na Europa e nos Estados Unidos. Em sua primeira exposição individual, Anita Malfatti já revelava a sua aptidão pelo Expressionismo, o que fez ela viajar para Alemanha onde aprendeu novas técnicas com o professor Ernst Bischoff Kulm. No entanto, as instabilidades políticas (aproximação com a Revolução Industrial) fizeram com que Anita retornasse ao Brasil. Esse fato, no entanto, não impediu que a artista apresentasse as suas obras durante a Semana de Arte Moderna em fevereiro de 1922. No evento, ela pôde expressar as suas obras e trazer as características do Expressionismo para o país. Uma de suas obras mais conhecidas é a pintura “Farol”.

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