Resumo de Educação Artística - Escola de Bauhaus

A Escola de Bahaus ou Staatliches Bauhaus, como era denominada oficialmente, foi uma escola de arte alemã que inovou as artes plásticas do século XX. Isso porque ela inovou os ensinamentos clássicos  da arte moderna ao expandir uma nova filosofia no âmbito da arte, arquitetura e design.

No entanto, a grande proposta da instituição era criar objetos que unissem todas essas características e, ao mesmo tempo, priorizassem a funcionalidade para qual foram criadas, ou seja, as obras deviam atender a um propósito final.

A frase que mais define a doutrina ensinada pela escola foi dita pelo arquiteto norte-americano, Louis Sullivan:

“A forma segue a função.”

Sobre a Escola de Bauhaus

A Escola de Bauhaus foi inaugurada no dia 1 de abril de 1919, na cidade de Weimar, Alemanha, pelo arquiteto Walter Gropius (1883- 1969). Sua origem se deu a partir da fusão de duas escolas artísticas já existentes: "A Escola de Artes e Ofício" e a " Belas Artes de Weimar", ambas localizadas na cidade alemã.

Com a junção das duas escolas, a instituição pretendia fazer uma integração das artes plásticas com o trabalho feito por artesãos, mas sob uma nova perspectiva estética e industrial. Para isso, o fundador e diretor da escola, Walter Gropius, buscou estabelecer um vínculo entre artistas, comerciantes e indústrias.

Dessa forma, a escola focou em diversos aspectos da modernidade, dando atenção, sobretudo, às artes consideradas “menores”, como a escultura, cerâmica, artesanato, tecelagem, marcenaria e metalúrgica, unindo o mundo da arte ao mundo da industrialização.

No entanto, Bauhaus não se limitou apenas às artes plásticas, arquitetura, escultura ou design, ela também se preocupou em oferecer cursos de teatro, dança e fotografia, o que a definiu como um grande centro de apresentação de novas tendências artísticas modernas.

A equipe de docentes da Escola de Bauhaus era formada por um grupo diversificado de profissionais, como engenheiros, artistas industriais, pintores, arquitetos, designers e artesãos. A intenção era agrupar talentos das mais diferentes áreas e uma única instituição.

Ao longo do desenvolvimento da Escola de Bauhaus, estes artistas buscaram estabelecer uma relação entre a indústria e o artesanato, o que, na época, foi um grande desafio de renovação cultural.

Essa renovação, inclusive, pode ser entendida no seguinte trecho extraído do Manifesto da Bauhaus (1919):

“Arquitetos, escultores, pintores, todos devemos retornar ao artesanato, pois não existe “arte profissional”. Não há nenhuma diferença essencial entre artista e artesão, o artista é uma elevação do artesão, a graça divina, em raros momentos de luz que estão além de sua vontade, faz florescer inconscientemente obras de arte, entretanto, a base do “saber fazer” é indispensável para todo artista. Aí se encontra a fonte de criação artística”.

Os alunos da escola eram estimulados tanto ao ensino formal artístico quanto ao ensino integrado com o artesanato. Dessa forma, a Escola de Bauhaus se mostrou importante por vários motivos: porque aceitou a máquina como um instrumento digno do artista; reuniu artistas de diversas áreas, propagando talentos distintos; e enfrentou o problema da produção em massa na área de design.

Saiba mais sobre a história de Bauhaus no vídeo a seguir:

Características

Além do funcionalismo, a principal característica da Escola de Bauhaus está em outros aspectos que marcaram o ensino da escola, como:

  • Incentivo ao construtivismo;
  • Artesanato integrado ao processo de criação da arte;
  • Produção da obra em qualquer escala e para qualquer tipo de público;
  • Estímulo ao hábito de pensar, idealizar e projetar o processo produtivo por inteiro;
  • Uso de materiais inovadores (madeira, aço, vidro).

Artistas

Os professores que fizeram parte da Escola de Bauhaus se destacaram como grandes artistas do século XX. Foram eles:

  • Walter Gropius (1883-1969): arquiteto alemão
  • Paul Klee (1879-1940): pintor e poeta suíço
  • Josef Albers (1888-1976): designer alemão
  • Laszlo Moholy-Nagy (1895-1946): design e pintor húngaro
  • Wassily Kandinsky (1866-1944): artista plástico russo
  • Marcel Breuer (1902-1981): designer e arquiteto húngaro
  • Oskar Schlemmer (1888-1943): pintor alemão
  • Gerhard Marcks (1889-1981): escultor alemão
  • Johannes Itten (1888-1967): pintor e escritor suíço

Fim de Bauhaus

A escola de Bauhaus chegou ao fim depois que precisou mudar de cidade, devido as ameaças sofridas pelos apoiadores do Nazismo. Em 1925, a escola saiu de Weimar e mudou para Dessau, onde o governo era de esquerda. Na cidade, ela atingiu maturidade tanto em termos estruturais como pedagógicos.

No entanto, a perseguição nazista continuou e a escola mudou, em 1932, para Berlim. Um ano depois, ela teve o fim decretado por ordem nazista. Mas, isso não impediu que muitos alunos e professores continuassem disseminando as ideias que aprenderam em Bauhaus pelo mundo, já que muitos tiveram que mudar de país porque ainda sofriam com as ameaças.

Móveis e objetos Bauhaus

Diversos móveis e objetos foram projetados por alunos, seguindo a doutrina ensinada pela Escala de Bauhaus. Veja a características de alguns deles:

Cadeira Presidente

A cadeira do presidente foi uma das invenções mais populares da Escola de Bauhaus. Ela foi criada em 1925 pelo aluno e arquiteto norte-americano Marcel Breuer (1902-1981).

A cadeira apresentava um design simples, com estrutura feita em aço e couro. Ela também era chamada pelo seu criador de “cadeira Wassily”, em homenagem ao artista plástico russo Wassily Kandinsky.

Além da cadeira, Marcel também criou um conjunto de mesas chamado de “mesas aninhadas”. O projeto era bastante versátil, pois unia os conceitos de indústria e arte, uma vez que a sua estrutura era feita em material resistente de aço tubular, mas apresentava cores diferentes em cada mesa.

Chaleira de Marianne Brandt

A chaleira, como o próprio nome diz, foi desenvolvida pela aluna Marianne Brandt (1893-1983), uma das poucas mulheres com reconhecimento no movimento da Bauhaus. O objeto possui um filtro embutido, bico não-gotejante e cabo resistente ao calor. Já o corpo é composto em metal, e a alça é executada em ébano. Com essa estrutura, o objeto expressou um dos propósitos da escola: unir beleza a funcionalidade.

Cadeira Barcelona

A cadeira Barcelona foi desenhada em 1929 pelo arquiteto Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) e pela designer modernista Lily Reich (1885-947) para participar do Pavilhão Alemão da Feira Internacional de Barcelona.

A cadeira possui duas partes, uma para encosto e a outra para apoiar os pés, toda feita em couro, almejando o máximo de conforto possível. Embora pareça complexa, ela permite a produção em escala industrial.

Tabuleiro de xadrez de Hartwig

Outro item da categoria de objetos da Escola de Bauhaus foi o tabuleiro de xadrez criado pelo escultor e membro do partido nazista, Josef Hartwig (1880-1955).

A criação se mostrou inovadora, pois o layout de cada peça indica o tipo de movimento que ela é capaz de realizar, o que configura mais um exemplo de funcionalidade atrelada a beleza. Até os dias atuais é possível encontrar réplicas do tabuleiro disponíveis no mercado.

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