Resumo de Astronomia - Astrolábio

História e usos do instrumento astronômico


O astrolábio é um instrumento que, ao longo de sua história, acumulou diversas funções. Etimologicamente, o nome deriva das palavras gregas “astro”, cujo significado é estrela, e “lip”, que significa aquele que procura. Desse modo, astrolábio, em tradução literal, seria “buscador de estrelas”. Na astronomia, o instrumento era utilizado para determinar a altitude dos corpos celestes. Contudo, ele também foi usado para determinar a hora, cálculo da altura de construções, profundidade de poços e auxílio nas navegações.
Na atualidade, alguns observatórios utilizam o astrolábio impessoal. Seu funcionamento se dá a partir de sistemas de prismas óticos, através do qual é possível fazer observação astronômica com baixos riscos de erros. Contudo, os telescópios podem substituir o equipamento e garantir ainda mais segurança aos experimentos, pesquisas e observações. Com os ajustes necessários, o equipamento possibilita a visualização de porções minúsculas do céu. Mas antes disso, a invenção de equipamentos como relógio de pêndulo já havia colocado o “buscador de estrelas” em desuso.

Como o instrumento funciona

O “buscador de estrelas” materializa uma projeção estereográfica, ou seja, a superfície de uma esfera é representada em um plano. Por isso, ele possui as marcações das latitudes do planeta Terra. Desse modo, é possível, a partir de sua observação e dos conhecimentos de astronomia, determinar as configurações do céu em determinados pontos específicos. Para isso, era preciso conhecer as constelações e as estrelas.

O equipamento possui alguns componentes móveis. Com eles é possível determinar uma data e hora específicos, que servirão de referência para a identificação do momento em que aconteceriam eventos específicos, como o nascer ou pôr-do-sol, por exemplo. O dispositivo também possibilitava a astrônomos:
  • Identificar a posição de corpos celestes; 
  • Calcular a altitude de objetos visualizados no horizonte; 
  • Precisar a latitude atual; 
  • Determinar a época do ano; 
  • Informar a hora do dia ou da noite; 
  • Informar a época do ano; 
  • Precisar a porção do céu visível; 

As partes do astrolábio

Em geral, o equipamento é formado por sete partes físicas. A zênite, marcação feita em seu centro, indica a altura máxima alcançada pelo Sol durante o solstício de verão. As marcações feitas na elítica possibilitam a contagem das horas, que varia a cada 15°. Vejamos agora o nome e função das sete partes físicas que compõem o instrumento. 

  • Mater – esse é o nome do disco que serve de estrutura para todas as placas; 
  • Timpanos – as marcações que representam as latitudes; 
  • Aranha – esse disco possui a representação da localização de todas as estrelas e do Sol na abóboda celeste; 
  • Alaíde - são os visores situados na parte traseira do astrolábio. Eles são úteis para o cálculo da altura dos corpos celestes; 
  • Pinos - são os dispositivos que prendem o Meter e a Régua; 
  • Régua - instrumento que determina o resultado das medidas; 
  • Alça - dispositivo que permite que o usuário prenda seu astrolábio e o carregue com facilidade. 

A história do astrolábio 


A história do astrolábio tem início na Antiguidade com os matemáticos gregos. O instrumento surge através das contribuições dadas por uma série de estudos e experimentos feitos por Hiparco (180-120 A.C.). Ele não inventou o instrumento, mas colaborou para sua criação ao refinar a teoria acerca da projeção estereográfica. É somente no século VI, nos trabalhos de Philoponos de Alexandria, que são encontrados relatos da construção e uso de um equipamento que cumpre as funções de um astrolábio. 

Após fazer a tradução de alguns textos gregos, os muçulmanos inserem o instrumento em sua cultura. O astrolábio foi criado nos primeiros séculos do Islã e tinha um papel central para a cultura daquele povo, pois era capaz de precisar as horas do dia e, desse modo, determinar os momentos de fazer oração. Com o instrumento, também era possível obter a direção precisa da Meca. Essa informação é extremamente importante para esse povo, pois uma das características da cultura muçulmana é a realização de cinco orações diárias em direção à Meca. 

São os muçulmanos que levam o astrolábio para a Europa. E, ao ser inserido na cultura europeia, o equipamento é adaptado para uso nas navegações. Em Lisboa, o astrônomo Abraão Zacuto cria o astrolábio náutico de metal. Se comparado à sua versão planisférica, esse equipamento pode ser descrito como uma simplificação, pois com ele apenas era possível medir a altura das estrelas. Contudo, ele representou um grande avanço no processo de exploração feito pelos europeus durante o período das grandes navegações. 

Com o instrumento e conhecimentos de geometria, era possível determinar distâncias sem a necessidade das tábuas de cálculos astronômicos. Ele foi largamente utilizado durante os séculos XV e XVII. Seu uso só foi superado com a invenção do sextante e, posteriormente, pela bússola. Contudo, os três instrumentos tiveram papel central, cada um em seu tempo, durante as navegações. 

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