Resumo de Educação Artística - Arte Povera

A arte povera foi um movimento artístico pertencente à contracultura, que teve origem na Itália no ano de 1960. Arte povera significa “arte pobre” e ganhou esse nome porque os artistas usavam sucatas e materiais simples para criar as obras.

Também chamada de “poor art” – termo em inglês, a arte povera também é definida como um movimento de vanguarda. O movimento se manifestou principalmente na escultura, na instalação, pintura e na performance.

A arte povera surgiu com o objetivo trazer o lado mais efêmero de arte e de causar reflexão sobre a arte e a estética das obras. O termo “arte povera” foi criado pelo historiador e crítico artístico, Germano Celant. Considerada uma das correntes artísticas mais importantes que aconteceu na Itália no século XX.

Arte Povera

Arte povera durou cerca de 10 anos e se desenvolveu com força na Itália, Turim, Veneza, Milão, Gênova, Nápoles e Bolonha. O historiador e crítico de arte italiano Germano Celant foi o primeiro a usar o termo “arte povera”.

Celant usou “povera” para definir algumas obras presentes em uma exposição, no ano de 1967, intitulado “Arte Povera – In Spazio”, que aconteceu na cidade de Veneza. Na ocasião, o crítico afirmou que a arte povera se manifesta “em diminuir aos mínimos termos, em empobrecer os signos, para reduzi-los aos seus arquétipos”.

Os artistas da arte povera utilizavam, essencialmente materiais orgânicos como areia, madeira, sacos, jornais, feltro, trapos, cordas, metais, panos, plásticos, terra, borracha, folhas de árvores, entre outros materiais simples. As obras eram marcadas por contrastes entre o industrializado e o natural e entre o novo e o velho.

Características principais da Arte Povera

Arte povera era expressava uma intensa oposição aos elementos da modernidade. Confira na lista abaixo algumas das principais características que definem esse movimento artístico:

  • Presença da criatividade e espontaneidade;
  • Busca da aproximação da vida cotidiana e comum;
  • Uso de materiais simples e naturais;
  • Presença de proximidade com o surrealismo e o dadaísmo;
  • Uso de temáticas ligadas à natureza;
  • Presença da efemeridade e materialidade;
  • Forte oposição ao minimalismo, pop art, modernismo e racionalismo científico;
  • Valores simples e pobres;
  • Oposição à nobreza e ao luxo;
  • Crítica ao consumismo, capitalismo e processos industriais;
  • Crítica à comercialização de objetos artísticos.

Principais obras e artistas

Diversos artistas italianos estiveram ligados a esse movimento, entre eles estão: Alighiero Boetti, Emilio Prini, Gilberto Zorio, Gianni Piacentino, Giovanni Anselmo, Giulio Paolini, Giuseppe Penone, Iole de Freitas, Jannis Kounellis, Luciano Fabro, Lucio Fontana, Mario Merz, Marisa Merz, Michelangelo Pistoletto, Piero Manzoni e Pino Pascali.

Uma das obras que mais se destacam na arte povera foi uma instalação feita por Jannis Kounellis, no ano de 1969, onde doze cavalos circulavam livres dentro da sala de exposição da galeria “Attico”. Veja outras obras desse movimento e seus respectivos artistas:

  • Specchio (1968), Torsione (1968) e Infinito (1971) de Giovanni Anselmo;
  • Iglu de Giap (1968) e o Iglu de Pedra (1982) de Mario Merz;
  • Escultura Viva (1966), Sem Título (1966) e Fontana (2007) de Marisa Merz;
  • Vênus dos trapos (1967), Orquestra de trapos (1968) e Pequeno Monumento (1968) de Michelangelo Pistoletto;
  • Margarida (1967) de Jannis Kounellis.

Outras manifestações artísticas do século XX

O surrealismo, o dadaísmo, o minimalismo e a arte conceitual foram algumas das principais manifestações artísticas do século XX, assim como a arte povera. Veja abaixo algumas informações sobre esses movimentos.

Surrealismo

O surrealismo foi um movimento artístico que surgiu em Paris e é considerado uma das vanguardas europeias mais importantes da história da arte.  A arte surrealista se manifestou principalmente nas artes plásticas, na escultura, no teatro, no cinema e na literatura.

Surgiu no período entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, conhecido na Europa como “os anos loucos”. A principal figura do surrealismo é o escritor francês André Breton (1896), considerado o líder do movimento.

Entre as principais características do surrealismo, estão: a busca pela valorização do inconsciente, o uso da expressividade espontânea, o estimulo do pensamento livre, o uso de cenas irreais, o uso de uma “realidade paralela” e o uso de teorias da psicanálise.

Dadaísmo

O dadaísmo, também conhecido como “dadá”, surgiu em Zurique no ano de 1916 e é considerado um movimento antiartístico. O principal lema do dadaísmo era a frase: “a destruição também é criação”.

Surgiu com o objetivo de questionar o padrão da arte da época. Marcel Duchamp, Hugo Ball, Max Ernst e Tristan Tzara se destacaram. No Brasil, Manuel Bandeira e Mário de Andrade foram bastante influenciados pelo movimento.

Entre as principais características do dadaísmo, estão: o uso do niilismo e anarquismo como linguagem, uso da espontaneidade, criatividade e improvisação, busca da desordem e do caos, aversão aos valores burgueses e o rompimento com modelos clássicos.

Minimalismo

O minimalismo surgiu em Nova York, entre os anos 50 e 60. É considerado a arte da síntese e se caracteriza pelo uso de poucos elementos, para dar mais essência aos objetos artísticos. Influenciou e influencia até hoje a música, as artes visuais, a tecnologia, o design e outros aspectos.  

Foi fortemente influenciado pelo modernismo e pela vanguarda russa. O minimalismo foi surgindo aos poucos, quando os artistas americanos começaram a diminuir o uso de objetos e materiais em suas obras.

Entre as principais características do minimalismo, estão: a ausência de emotividade, o caráter geométrico, a forte influência construtivista, o uso da linguagem universal, descarte do fútil, a interação com o público e o uso do abstrato.

Arte Conceitual

A arte conceitual surgiu nos Estados Unidos e em grande parte da Europa, entre os anos 60 e 70. É considerado uma vanguarda artística e um movimento artístico que presa pela autonomia do artista. Ainda hoje influência as diversas formas de arte.

O artista, filosofo e escritor Henry Flynt foi o primeiro a utilizar o termo “arte conceitual” durante uma reunião do Grupo Fluxos.  O Grupo Fluxos foi um importante movimento que reuniu artistas que formaram a base do conceito da arte conceitual.

Entre as principais características da arte conceitual, estão: o uso de instalações, objetos diversos e fotos, crítica à comercialização da arte, o rompimento com modelos clássicos, a valorização da “atitude mental” do artista e a crítica ao consumo.