Resumo de Educação Artística - Arte maia

A arte maia, a exemplo de outras civilizações, é o reflexo do estilo de vida e cultura de um povo. Nesse caso, o povo em questão é constituído pelos maias.

Os maias vivem na América Central há 3.000 anos. Eles são descendentes de povos que falavam línguas consideradas parentes. Por isso, fomentaram grande parte da diversidade cultural da América.

A exemplo da civilização egípcia, a manifestação artística da civilização maia é baseada em desenhos e símbolos. 

Estilo da arte maia

A arte maia é considerada da Era Clássica, além de ser apontada como uma das mais sofisticadas do chamado Novo Mundo Antigo.

Ela era composta por elementos como a demarcação e pintura sobre papel e gesso, esculturas em madeira e pedra, os modelos de estuque e as estatuetas em terracota. Considerado por historiadores algo raro de acontecer, os artistas dessa civilização assinavam seus trabalhos.

Apesar da diversidade, poucas expressões artísticas sobreviveram aos períodos históricos. No geral, sobraram apenas certos fragmentos da pintura avançada, a maioria gravada em artefatos funerários e peças de cerâmica.

Como característica dos povos pré-colombianos, a exemplo dos astecas, a arte maia tinha conexão direta com a religião local. As esculturas, geralmente relacionadas com símbolos religiosos do povo maia, apresentavam características como:

  • Estilo naturalista;
  • Várias figuras humanas;
  • Os materiais mais usados eram pedra, a madeira e o gesso;
  • As peças tinham a finalidade de embelezar os templos e os palácios.

E por mencionar os palácios e os templos, eles eram decorados com murais coloridos que representavam acontecimentos históricos, cotidianos, cerimoniais e religiosos.

Por consequência, o tema predominante desse trabalho artístico envolvia homens e mulheres de poder, estratégia que aplicada com a intenção de documentar a história do povo. Ou seja, as obras viraram o reflexo da sociedade e sua relação com os povos próximos. 

Arte maia: arquitetura

Na arquitetura, a habilidade artística maia era presente em estruturas como a Escadaria dos Hieróglifos, localizada na cidade de Cópan, em Honduras. A escada é conjunto iconográfico formado por estátuas, figuras e rampas, além de degraus centrais com muitos elementos da arte maia.

A escadaria hieroglífica ainda tem referências pictóricas de sacrifícios feitos para os deuses. Vale pontuar que o hieróglifo, termo de origem do nome da construção, é uma unidade simbólica do sistema de escrita do Egito Antigo.

Na América, entre os outros notáveis projetos arquitetônicos maias, cabe destacar as ruínas de:

  • Palenque;
  • Uxmal;
  • Chichén Itzá;
  • Maypan.

Nesses locais, a arquitetura tinha como caraterística cultural o uso de estruturas de pedra calcária, dada a facilidade de encontrar e armazenar cal. Tudo feito sem ferramentas de metal, animais de carga, veículos com rodas.

Processo de construção

A maioria das obras arquitetônicas maias foi construída sobre plataformas aterradas. A altura dessa plataforma variava de menos de um metro, no caso de estruturas menores, até 45 metros, no caso de grandes templos e pirâmides.

Como característica dessas plataformas, a arte maia em relevo que adornava o espaço tinha relação com o propósito social da edificação que seria construída, a exemplo de um templo para adoração.

Depois de concluídas, as residências e os templos eram construídos sobre as referidas plataformas.

Ainda que terminadas as estruturas, os maias ficavam anexando longos trabalhos de relevo, além de ajustes para corrigir qualquer imperfeição remanescente.

A correção estrutural era feita por meio de materiais usados como reboco. Em alguns deles, eram feitos trabalhos de entalhes e até pedras de fachadas.

Normalmente a decoração com relevos era feita em redor de toda a estrutura, estabelecendo uma variedade de obras de arte maia ao edifício. Dentro do espaço, vale reforçar que foi comum o uso de revestimentos em reboco pintados com cenas cotidianas e culturais.

Principais construções

Dos tipos de construções feitas com a contribuição artística da civilização maia, as mais relevantes são:

  • As plataformas cerimoniais;
  • Os palácios;
  • Os grupos E;
  • As pirâmides e os templos;
  • Os observatórios astronômicos.

As plataformas cerimoniais eram feitas de pedra calcária com muros de menos de quatro metros de altura. Esse era o local reservado para as cerimônias públicas e ritos religiosos.

Elas eram decoradas com figuras talhadas em pedra. Em alguns casos, a estrutura cerimonial tinha um tzompantli, tipo de estante de madeira usada para a exibição pública de crânios humanos, geralmente de prisioneiros ou pessoas sacrificadas para as divindades.

Já os palácios, grandes e bem decorado, ficavam próximos do centro das cidades e abrigavam a elite da civilização. O palácio real, por exemplo, era espaçoso e tinha diferentes câmaras ou níveis de construção, formando a chamada acrópole.

De um modo geral, os palácios são também o lugar de muitas tumbas mortuárias. Ali, debaixo de séculos de reconstruções, estão antigos governantes. Os sepultamentos são do final do período pré-clássico e início do clássico. Daí a existência de uma arte maia voltada para os fins de sepultura.

Partindo para o âmbito astrológico, os estudiosos chamaram de Grupo E uma formação de três pequenas construções, sempre colocadas na direção oeste das cidades.

Tais construções incluem uma pequena pirâmide-templo. Por dedução dos historiadores, o elemento serve como observatório da posição do sol. Entretanto, cabe destacar que algumas teses sugerem que sua construção está relacionada com a história da criação do universo, pois existem adornos de arte maia que referenciam o acontecimento, sempre baseados na mitologia da civilização.

Os antigos maias eram bons astrônomos. Como consequência, edificaram observatórios astronômicos que tinham elementos como:

  • Janelas e miras demarcatórias, usadas para acompanhar e medir as rotas dos objetos celestes observados;
  • Templos arredondados usados como ornamentados voltados para as divindades;
  • Marcações de miras que indicavam as informações coletadas por meio das observações astronômicas;
  • Certos templos arredondados também eram usados para a observação, alguns eram até ornamentados com expressões artísticas.

Como curiosidade histórica, além do gosto pela astronomia, outra construção que marca o costume de vida dos maias são os campos de jogo de bola mesoamericano, usados na prática esportiva que envolvia rituais do período pré-colombiano.

Em resumo, a arte maia foi expressa com força na arquitetura e na escultura, influenciando povos de diferentes momentos históricos.