Questão 5 Comentada - Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) - Bibliotecário (2022)

A questão refere-se ao texto a seguir.

O que pode um funk?

Ivana Bentes


  [...] Retomando essa figura meio arquetípica do Brasil, o funk feminino de Anitta incorporou as questões de gênero conjugando a malandragem com um feminino plural.

    Vai, Malandra, o clipe, traz verdadeiros memes visuais, culturais e musicais que valem por um tratado sociológico. Ainda não se escreveu, e faz falta, um tratado sobre os corpos pensantes das mulheres, para além do imaginário em torno da bunda, da raba, do bumbum, do traseiro da mulher brasileira, que virou um disparador de questões sensações! O corpo sexualizado na era da sua ressignificação pelas próprias mulheres!

    Um corpo que o funk, o samba, o biquíni de fita isolante, toda a cultura solar carioca já vem dizendo, tem tempo, que não precisa ser apenas objeto e signo de assujeitamento, toda vez que quiser se exibir.

   A bunda (e o corpo das mulheres) pode se deslocar da objetificação para a subjetivação! A bunda viva de Anitta com sua celulite sem photoshop é sujeito e não objeto. Se as mulheres fazem o que quiserem com seus corpos (a Marcha das Vadias explicou isso para a classe média), elas podem inclusive se “autoexplorarem”, ensina o funk. A bunda ostentação de Anitta no início do clipe já aponta para esse outro feminismo (de mulheres brancas, apenas? Acho que não!).


BENTES, Ivana. O que pode um funk? Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/anittavai-malandra-ivana-bentes/. Acesso em 28 abr. 2022.


O texto refuta a tese de que

  • A a exploração do corpo da mulher indica novas possibilidades de feminismo.
  • B a cultura solar carioca reflete o padrão comportamental da mulher brasileira.
  • C a representação feminina no funk evidencia o empoderamento da mulher.
  • D o corpo feminino é objetificado em manifestações populares como o funk.
  • E as mulheres podem explorar economicamente o próprio corpo.