Texto I
Texto II
O texto abaixo reproduz algumas afirmativas do Manifesto Pau-Brasil, que Oswald de Andrade, um dos mentores do movimento modernista brasileiro de 1922, lançou no Correio da Manhã em 18 de março de 1924.
A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o sol cabralino, são fatos esté- ticos. O carnaval do Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica.
A poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma criança.
A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.
Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres. Temos a base dupla e presente − a floresta e a escola. A raça crédula e dualista e a geometria, a álgebra e a química logo depois da mamadeira e do chá de erva-doce. Um misto de "dorme nenê que o bicho vem pegá" e de equações.
Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amorosa.
A afirmativa acima está corretamente redigida com outras palavras, mantendo-se em linhas gerais o sentido original, em:
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- A Certas cores, ainda que reproduzam as favelas brasileiras, não demonstram uma beleza digna de expressão.
- B A simplicidade de uma favela, representada em casebres de cores contrastantes, estão longe de despertar sentimentos poéticos.
- C A natureza, privilegiada do país, particularmente ensolarada, se reproduzem nas cores contrastantes de uma favela.
- D A beleza se encontra nos elementos mais simples de uma cena comum, como a das casas humildes de uma favela.
- E A intenção poética que se busca nas cores gritantes das favelas é uma transgressão aos valores estéticos.