Questão 44 Comentada - Universidade Federal do Sul e Suldeste do Pará (UNIFESSPA) - Arquiteto e Urbanista - FADESP (2025)

A segunda metade do século XX viu surgir, na Amazônia brasileira, uma variante do chamado regionalismo crítico (segundo a terminologia do britânico Kenneth Frampton, em sua História Crítica da Arquitetura Moderna) na Arquitetura e Urbanismo. Dentre alguns de seus maiores expoentes, está o engenheiro-arquiteto Milton José Pinheiro Monte (1928-2012), de quem uma de suas obras é ilustrada a seguir, parte do complexo-sede do clube social Assembleia Paraense, localizado na cidade de Belém-PA.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
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Figura 17 Croquis, perspectivas e fotos do Complexo Assembleia Paraense, projeto dos anos 1990 de Milton Monte. Elementos do complexo AP por Milton Monte: Esboços tridimensionais, o Toc-Toc, o Central e o Salão de Festas (vistas e perspectiva). Fonte: Blog da Fau/LAFORA, fauufpa.org. Disponível em: https://fauufpa.org/2010/07/21/a-assembleia-paraense-de-milton-monte-empostagem/ . Acesso em: https://fauufpa.org/2010/07/21/a-assembleia-paraense-de-milton-monte-empostagem/ . Acesso em: 01 fev. 2025.

Após observar a ilustração anterior, indique qual das alternativas condiz com a tradição amazônica de projeto arquitetônico.

  • A Os elementos triangulares em madeira, em guarda-corpos e mãos-francesas de apoio à cobertura, representam estratégia de projeto estrutural, uma vez que, principalmente a 60º, os triângulos distribuem esforço de modo homogêneo, isostático.
  • B A arquitetura regionalista dos anos 1990 parece, hoje, datada esteticamente e seriamente irreprodutível, devido às restrições do uso de madeiras-de-lei advindas da rigorosa legislação ambiental brasileira, o que lhes impõe preço elevado e fuga do material.
  • C Elementos identificados como beirais nesta linguagem arquitetônica destinavam-se à projeção de sombreamento a grande distância no interior das edificações, principalmente, embora os projetistas declarassem a intenção de conter a entrada de águas de chuva, sem sucesso.
  • D O desenho rebuscado das coberturas, em geral em telhas cerâmicas com estruturas em madeira, faz desta linguagem um compêndio de obras arquitetônicas de difícil manutenção, com telhados repletos de reentrâncias e águas proeminentes, volumes que abrigam rincões e tacaniças de acesso restrito.
  • E A intenção do desenho nesta linguagem arquitetônica contrasta com a rígida geometria da arquitetura modernista atual, destituída de plasticidade e organicidade, representando certa decadência da linguagem arquitetônica do passado, que já foi mais engenhosa ao associar estrutura e forma do edifício.