Leia os versos a seguir, constantes de O Livro sobre nada, de Manoel de Barros:
01 É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez. 02 Tudo que não invento é falso. 03 Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira. 04 Tem mais presença em mim o que me falta. 05 Melhor jeito que achei pra me conhecer foi fazendo o contrário. 06 Sou muito preparado de conflitos. 07 Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou. 08 O meu amanhecer vai ser de noite. 09 Melhor que nomear é aludir. Verso não precisa dar noção. 10 O que sustenta a encantação de um verso (além do ritmo) é o ilogismo. 11 Meu avesso é mais visível do que um poste. 12 Sábio é o que adivinha. 13 Para ter mais certezas tenho que saber de imperfeições. 14 A inércia é meu ato principal. 15 Não saio de dentro de mim nem pra pescar.
Assinale agora a afirmativa que NÃO se refere de modo correto aos versos:
- A A inspiração ocorre através da observação da natureza.
- B Nos versos 04, 08 e 14 observa-se a figura de linguagem chamada paradoxo.
- C O poeta trata de sua relação com o ato de escrever poesia.
- D A escrita ocorre a partir de coisas simples e cotidianas.
- E A razão não deve predominar na escrita da poesia.