Leia o texto a seguir para responder à questão:
Por que no Brasil a maioria da população tem rejeitado o parlamentarismo? A resposta aponta para a índole do nosso povo. Aqui a semente presidencialista viceja em todos os espaços.
O sociólogo francês Maurice Duverger defende a tese de que o gosto latino-americano pelo sistema presidencialista tem a ver com o aparato monárquico na região. O Império Inca, com seus grandes caciques, e depois o poderio espanhol, com seus reis, vice-reis e corregedores, plasmaram a inclinação por regimes de caráter autocrático.
O presidencialismo por estas plagas agregaria, assim, uma boa dose de autocracia. Já o parlamentarismo que vicejou na Europa teria se inspirado na ideologia liberal da Revolução Francesa, cujo alvo era a derrubada do soberano. Isso explicaria a distância da Europa ante o modelo presidencialista.
Portanto, o presidencialismo está fincado no altar mais alto da cultura política. O poder que dele emana impregna a figura do mandatário. A imagem do Estado e a imagem do governante imbricam-se. Sob essa configuração, imaginar que o parlamentarismo tenha chance por aqui é apostar que a fada madrinha decidiu deixar o reino da fantasia para nos visitar. Temos de conviver mesmo com o fardão presidencialista.
(Gaudêncio Torquato, Jornal da USP,
“Parlamentarismo, uma sombra no horizonte”.
Disponível em: https://jornal.usp.br/articulistas/gaudencio-torquato/
parlamentarismo-uma-sombra-no-horizonte/. Adaptado)
Assinale a alternativa em que todas as palavras foram empregadas em sentido próprio.
- A “Aqui a semente presidencialista viceja em todos os espaços.” (1º parágrafo)
- B “A resposta aponta para a índole do nosso povo.” (1º parágrafo)
- C “O presidencialismo por estas plagas agregaria, assim, uma boa dose de autocracia.” (3º parágrafo)
- D “Por que no Brasil a maioria da população tem rejeitado o parlamentarismo?” (1º parágrafo)
- E “A imagem do Estado e a imagem do governante imbricam-se.” (4º parágrafo)