As questões sobre identidades marcaram as últimas décadas do século XX e chegaram ao século XXI. E, na perspectiva dos estudos culturais, filósofos, sociólogos, linguistas, romancistas e poetas discutiram a temática. Nesse cenário, considere o poema Identidade, do escritor e poeta moçambicano Mia Couto.
Identidade
Preciso ser um outro
para ser eu mesmo.
Sou grão de rocha
sou o vento que a desgasta.
Sou pólen sem inseto
sou areia sustentando
o sexo das árvores.
Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro.
No mundo que combato morro
no mundo por que luto, nasço.
(COUTO, 2001, p.25).
Sobre esta obra, responda a questão.
A repetição da forma verbal “Sou”, nos versos 3, 4, 5, 6, enfatizam:
- A um estado de mudança constante do processo identitário, na contemporaneidade.
- B a necessidade de assumir diferentes posturas identitárias ao longo da trajetória humana, desde o passado até o presente.
- C a insistência em marcar identidades plurais, em oposição às identidades europeias, frutos da colonização.
- D o destaque dado aos elementos naturais, vendo-os como essenciais para a composição identitária dos seres humanos.
- E a sonoridade, através da repetição, chamando, assim, a atenção sobre a busca incessante da identidade moçambicana.