Em relação às temáticas trabalho, subjetividade e saúde psíquica podemos afirmar, à luz da psicodinâmica do trabalho, que
- A deve ser reforçada a centralidade do trabalho e sua importância para os sujeitos, mas sem a preocupação em favorecer um caminho em busca da emancipação em uma perspectiva intersubjetiva, pois este referencial teórico-metodológico concentra-se em intervenções individuais e hipotetiza que os trabalhadores já encontram-se livres dos grilhões da gestão, principalmente após a drástica redução dos modelos de gestão frutos da administração científica.
- B a proposta de intervenção não se resume a um estudo sobre o trabalhar, mas sim à constituição de um processo de ação, onde quem atua por meio da psicodinâmica do trabalho age como um facilitador, como alguém que se propõe a uma escuta mínima e pouco incentiva grupos de expressão, pois já traz um conhecimento consultivo pré-elaborado e universal.
- C prazer e sofrimento no trabalho originam-se de uma dinâmica interna das situações e da organização do trabalho. São decorrências das atitudes e dos comportamentos franqueados pelo desenho organizacional, cuja tela de fundo constitui-se de relações subjetivas e de poder.
- D o trabalho, por apresentar uma condição externa (estrutura física onde é realizado, divisão das tarefa e dos homens para realizá-las), não pode influir nem positivamente nem negativamente em aspectos relativos à subjetividade e saúde humana.
- E o sofrimento psíquico (seja criativo ou patogênico) só é promovido em trabalhos cujos sujeitos não têm possibilidades de intervir na organização das próprias atividades e, por isso, estes trabalhos são altamente sublimatórios e podem causar enorme desgaste mental aos executantes.